Política Titulo Editorial
Água e fiscalização
Do Diário do Grande ABC
31/07/2015 | 08:04
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Aline Pietri/DGABC


Em tempos de crise hídrica, toda e qualquer ação que propicie algum tipo de economia de água é bem-vinda. É por isso que este Diário defende rigor nos mecanismos de combate a fraudes. Sabe-se que parte considerável do produto tratado é desviada em esquemas que burlam os hidrômetros, aparelhos utilizados para medir o consumo nos imóveis. Só nos primeiros seis meses do ano, empresa e autarquia de saneamento que atuam em cinco das sete cidades do Grande ABC descobriram esquemas que furtaram 24,4 milhões de litros da contabilidade oficial.

O volume de água deslocado ilegalmente é, certamente, muito maior do que o identificado pelas companhias de distribuição. Os ardis são difíceis de serem identificadas pelos fiscais. A maioria fica sob a terra ou dentro dos imóveis, em locais inacessíveis aos agentes que fazem a verificação. Empresas e autarquias, todavia, precisam encontrar maneiras de tornar o combate ao ilícito mais efetivo.

Apenas a quantia de água furtada nos seis primeiros meses do ano – em Santo André, São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra – é suficiente para abastecer 2.919 famílias durante um mês inteiro. Muita coisa. Mesmo assim, bem menos do que poderia ser apontado se as ações de combate aos desvios fossem mais assertivas. Eis o desafio das companhias em época de escassez histórica.

O volume antes desviado e ora recuperado deveria ser automática e rapidamente direcionado para a ampliação da rede de distribuição no Grande ABC, que ainda é altamente deficitária, não cobrindo 100% do território regional. Outra frente que teria de ser fortemente atacada, para reforçar a expansão da oferta, é o índice de perdas do produto tratado, que é gigantesco no Brasil, em geral, e nas sete cidades, em particular. Afinal, manter água potável nas torneiras de todos os seus habitantes é requisito básico de qualquer cidade que se queira minimamente responsável socialmente.  




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