O vereador e pré-candidato a prefeito de Ribeirão Pires Saulo Benevides (PMDB) quer emplacar Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os contratos da Prefeitura com a Formatual. O requerimento será apresentado na primeira sessão legislativa do ano, no dia 7.

Na semana passada, o Diário revelou que o Ministério Público investiga diversos contratos da empresa com o Executivo. Os proprietários Alexandre Costa Figueiredo e Tsuyako Sonia Nakata Figueiredo são filiados ao PV - partido do prefeito, Clóvis Volpi (PV) - desde 2006.

"Não é de agora que temos informação de que todas as licitações são direcionadas para que a Formatual ganhe as obras. Agora tenho certeza que essa empresa foi criada apenas para prestar serviços ao Volpi", acusa Saulo.

A Formatual foi aberta em 2005 com capital de R$ 1 milhão, de acordo com a ficha cadastral da Junta Comercial do Estado. Desde então, a empresa ganhou licitações para grandes obras, como construção do Hotel Escola (R$ 4,3 milhões) e do Centro de Exposições (R$ 2,1 milhões). "Tenho informações que são mais de R$ 50 milhões em contratos, mas para ter todos os dados é preciso abrir a CPI", sustenta o peemedebista.

Contudo, o caminho para emplacar a investigação no Legislativo não será fácil. Saulo precisa conquistar mais oito votos. Até o momento, o vereador tem somente três apoiadores: Koiti Takaki, José Nelson de Barros e o presidente da Casa, Gerson Constantino (todos do PSD). "Se o MP está investigando, cabe ao Legislativo investigar também. Acato o requerimento do vereador e colocarei em votação", destacou Gerson.

O líder do governo na Câmara, Antônio Muraki (PTB), declarou que a atitude de Saulo é "eleitoreira". "Não sei a denúncia dele ao certo. É preciso ver o que ele vai alegar. É direito dos vereadores solicitarem informações. Mas querer uma CPI em ano de eleição dá uma conotação eleitoreira", analisa o petebista.