Cultura & Lazer Titulo 70 anos
Nara Leão ganha apenas site
Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
19/01/2012 | 07:30
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A unanimidade burra da qual versou Nelson Rodrigues vez ou outra condensa sobre uma vítima imagem que fica aquém ou além do que a pessoa realmente foi. Nara Leão, a ‘cantora dos joelhos bonitos' ou a ‘grande pequena voz da bossa nova', serve de prova.


Morta em 1989, aos 47 anos, por um tumor no cérebro, hoje a cantora - que celebraria 70 anos - frequenta as vitrines apenas em coletâneas que reduzem sua importância. Sua obra, lançada integralmente há cerca de dez anos, esgotou assim que chegou às lojas e nunca voltou ao catálogo.

A dona do apartamento onde aconteciam as reuniões musicais que deram início à bossa nova foi muito mais do que porta-voz do movimento. Nara subiu ao morro e deu voz a sambistas como Zé Keti e Cartola; escolheu Maria Bethânia como sua sucessora no show ‘Opinião', e apresentou a cantora ao Brasil; gravou disco inteiro dedicado a Roberto Carlos no momento em que as canções do ‘Rei' eram consideradas bregas; e, ao mesmo tempo em que revirou baús para trazer à tona obras e compositores que ficaram esquecidos pelo tempo, gravou canções de gente que começava a despontar, como Fagner.

Graças à iniciativa de sua filha, Isabel Diegues, sua obra está integralmente disponível no site www.naraleao.com.br, com discografia, galeria, documentos e textos que recontam a história de Nara.

Vinte e três discos, entre eles os ótimos ‘Opinião de Nara' (1964), ‘Coisa do Mundo' (1969), ‘Meu Primeiro Amor' (1975), ‘Romance Popular' (1981) e ‘My Foolish Heart' (1989), servem para mostrar que Nara Leão é muito mais do que a maioria das pessoas pensa.




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