Internacional Titulo
Democratas e republicanos discordam sobre Iraque
Da AFP
10/11/2006 | 17:09
Compartilhar notícia


Três dias depois da conquista do Congresso americano pelos democratas, as divergências sobre o Iraque ressurgiram no debate político, num dia em que George W. Bush se encontrava com os novos dirigentes do Senado.

O presidente americano recebeu na Casa Branca os democratas Harry Reid, próximo líder do Senado, e Richard Durbin, futuro número dois da nova maioria parlamentar.

Desde quarta-feira, George W. Bush e os dirigentes democratas trocam gentilezas com o objetivo de cooperar em todas as questões. O Iraque, no entanto, acabou nesta sexta-feira com esta incipiente harmonia.

John Murtha, representante democrata influente, estimou que a decisão de substituir Donald Rumsfeld no Pentágono era insuficiente. "OK, vocês demitiram o secretário da Defesa. Mas não há uma mudança de política!", lançou na CNN.

"O que nós devemos fazer é dar um prazo decisivo aos iraquianos", acrescentou, precisando ser favorável à abertura de uma investigação sobre a maneira como a Casa Branca entrou em guerra e gerou o conflito no Iraque.

Os republicanos reagiram acusando os democratas de exigirem uma retirada pura e simples do Iraque.

"Devemos nos assegurar de que conduzimos seriamente a guerra contra o terrorismo e a guerra contra o totalitarismo islâmico", afirmou na Fox News o representante republicano Roy Blunt. "Vocês não podem considerar ingenuamente que o terrorismo vai parar se nós interrompermos o combate", disse Blunt. "Durante os próximos dois anos, o povo americano se dará conta, se lembrará de quem são realmente os democratas", acrescentou. Mais de 2.800 soldados americanos morreram no Iraque desde a invasão de março de 2003 e Harry Reid pediu novamente nesta quinta-feira "uma mudança de direção" da política americana.

Desde quarta-feira, Bush vem lembrando seu princípio para o Iraque: os Estados Unidos só se retirarão "com a vitória". Seu conselheiro de Segurança Nacional, Stephen Hadley, assegurou que a coabitação com os democratas oferecia uma "chance formidável" de conseguir um acordo sobre o Iraque. Mas ele não precisou os termos. Na CBS, o comandante do exército americano, general Peter Pace, estimou que a substituição de Donald Rumsfeld por Robert Gates, um ex-dirigente da CIA, "não terá um impacto direto sobre o que fazemos ou não no Iraque".

Na quinta-feira, George W. Bush almoçou com Nancy Pelosi, futura primeira mulher presidente da Câmara de Representantes. Os dois combinaram que não deverão se entender sobre todos os assuntos, mas que a administração e o Congresso deveriam encontrar "terrenos de entendimento".

Pelosi anunciou sua intenção de apresentar ao novo Congresso uma lei que estimule a pesquisa sobre as células-tronco embrionárias. Esta lei é a única vetada por Bush em seis anos de presidência.

Os dois partidos têm interesse em colaborar. Bush estaria diposto a colaborar para não ser condenado à inércia nos dois últimos anos de sua presidência; já os democratas teriam interesse em provar sua capacidade de governar antes da eleição presidencial de 2008.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;