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Grupo de Sto André é preso em Cumbica com cocaína
Sérgio Saraiva
Da Redaçao
06/11/1999 | 19:49
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Cinco moradores do Parque Miami, de Santo André, foram presos com mais seis pessoas sexta no Aeroporto de Cumbica, quando tentavam embarcar para Portugal levando 34 kg de cocaína. Apenas os três coordenadores do grupo nao tinham a droga presa ao corpo. A cocaína poderia render US$ 1 milhao se fosse vendida na Europa.

A polícia preparou a açao com um mês de antecedência, depois de ter recebido denúncia anônima. Segundo o delegado responsável pela investigaçao, Fábio Dal Mas, do Denarc (Departamento de Investigaçoes sobre Narcóticos), essa foi a maior prisao de traficantes já feita no Brasil em um único aviao. Todos tinham passagens para o vôo 1.568 da empresa Tap Air, que sairia às 19h05 de sexta-feira com destino a Lisboa.

Os andreenses Valdinei Aparecido de Oliveira, 22 anos, Cleodir César da Roca, 24, Alisson Maximiano, 21, Creusa Rosa Sandim, 30, e Denise Ferreira da Silva, 2O, foram presos em flagrante por tráfico internacional de drogas. O crime é considerado hediondo. Os integrantes do grupo, sem antecedentes criminais, que vao responder processo na cadeia, nao têm direito à fiança. Eles também podem ser condenados de três a 15 anos de reclusao.

Desemprego - O grande sonho dos cinco moradores do Parque Miami era conhecer a Europa e receber R$ 5 mil por quilo de droga transportada, embora só fossem saber da quantia exata na hora do acerto. Em entrevista exclusiva ao Diário, ontem, Oliveira, Roca e Maximiano, todos vizinhos, disseram saber que estavam correndo riscos quando aceitaram a proposta de servir de mulas (pessoas pagas para transportar drogas no corpo). Todos negaram conhecer os integrantes da quadrilha de traficantes.

Maximiano, o único empregado dos cinco, disse que aceitou o risco porque precisava de dinheiro, já que seu salário como encartador era muito baixo. Ritmista de um novo grupo de pagode, o Pura Expressao, ele deveria começar a gravaçao do primeiro CD na volta da viagem. "Desculpas para a rapaziada", pediu.  

Casado e com a mulher grávida de sete meses, Oliveira disse que nao conseguia trabalho mesmo estando inscrito nas frentes de trabalho em Santo André. Antes, ele havia trabalhado em funerárias. Há alguns meses, Oliveira havia retornado para Santo André depois de tentar a sorte em outras cidades. Como os demais, Oliveira disse aos parentes que ia procurar trabalho no interior para justificar sua ausência.

Ex-vendedor de seguros para carros e imóveis, Roca teve dois meses para pensar na proposta dos traficantes. Enquanto isso, tentou voltar a trabalhar, sem sucesso. Segundo ele, quando se aproximou a hora da viagem, já nao era mais possível recuar: "Eles tinham adiantado um dinheiro e nao iam aceitar de volta." Ele tem um filho de oito meses.  

Três dos outros presos, que também carregavam drogas no corpo, sao do Mato Grosso: Valdeir Cazuza da Silva, 36, Vanderley Cazuza da Silva, 32, e Olívia Lucas de Freitas, 45. Os três coordenadores presos, todos de Sao Paulo, sao Antonio Alves dos Santos, 32, Antonio Livino de Paula, 31, e Valdemir de Souza Santos, 42.




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