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Pablo Neruda canta seu amor no exílio
Das Agências
16/07/2002 | 20:21
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O exílio do poeta e senador chileno Pablo Neruda (1904-1973) há 50 anos na ilha de Capri, na Itália, foi político, mas também motivado pela paixão. Os seis meses de 1952 que o autor de Canto Geral passou na ilha com a cantora chilena Matilde Urrutia, com quem se encontrava escondido de sua mulher, a pintora argentina Delia Carril, resultaram em Los Versos del Capitán, obra reeditada este mês na Itália.

A história deste livro tem amor, infidelidade, amizade e cumplicidade. Neruda lançou-o anônimo em 1952 para cantar seu amor sem ofender sua mulher. “Tira-me o pão, se quiseres, tira-me o ar, mas não me tire teu sorriso”, escreveu a Matilde, que se tornaria sua segunda mulher.

Poemas intensos descrevem o amor que crescia em meio a dificuldades como a guerra fria, a perseguição do então governo do Chile aos militantes comunistas, a ameaça de expulsão da Itália revogada por pressão de amigos italianos. Estes eram o pintor Renato Guttuso, o cineasta Luchino Visconti, escritores e líderes comunistas. Para cada um, Neruda deu os 44 exemplares impressos na época.

Após pesquisa do embaixador chileno na Itália, José Goñi, a obra foi co-editada pela embaixada do Chile com autoridades de Nápoles e de Capri. São mil exemplares impressos na mesma gráfica, com o mesmo papel e os mesmos tipos de chumbo para recordar a história. A edição inicia as homenagens chilenas ao centenário de nascimento de Neruda, a 12 de julho.




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