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Cinco são executados em Mauá
Cristiane Bomfim
Do Diário do Grande ABC
25/02/2007 | 22:19
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Cinco pessoas foram assassinadas na favela do Jardim Kennedy, em Mauá. A execução de quatro homens e uma mulher grávida de dois meses ocorreu por volta das 6h deste domingo. O local é conhecido com um dos principais pontos de tráfico de drogas do Grande ABC.

Portas arrombadas e tiros à queima-roupa. Muita gente da favela diz ter escutado os tiros, mas ninguém se atreveu a sair de casa. Uma denúncia anônima levou a Guarda Municipal de Mauá ao local minutos depois do crime.

O corpo de José Luiz Barbosa Torres, 26 anos, foi o primeiro a ser encontrado. Ele estava no quintal de uma casa logo na entrada da favela e morreu com um tiro no rosto. A casa revirada e a porta arrombada são seria um indício de que os executores procuravam algo. “Tudo indica que a chacina tenha sido motivada por uma disputa pelo ponto de tráfico”, afirmou o delegado do 1º DP de Mauá, Marcelino Bedin.

José Luiz Barbosa Torres não era morador da favela e não tinha passagem na polícia. No quintal da casa em que estava, foram encontrados 400 papelotes de cocaína escondidos atrás de telhas de amianto e o documento de Luiz Carlos Parras. De acordo com a esposa de Torres, desde a última segunda-feira ele passava as madrugadas fora de casa. “Dizia que estava fazendo um bico para pagar uma dívida”, contou Kátia Regina Dias Torres. Ela suspeitava do envolvimento dele com drogas. “Ele disse que trabalhava como ‘vapor’ (que vende drogas na favela) e que todos no Kennedy o conheciam como DaBarão.”

Também com sinais claros de execução, os corpos das outras quatro vítimas foram encontrados na favela. O casal Audrey Cristiane Carreira Neto, 20 anos, e Roberto Carlos Barbosa da Silva, 24 anos, foi assassinado em casa. A polícia suspeita que estivessem e foram surpreendidos.

Roberto foi encontrado com seis perfurações no corpo, sendo que uma foi no rosto, próximo ao maxilar. As outras, nas costas, peito e tórax. Audrey, levou um tiro fatal no rosto. Ela estava agachada e deve ter tentando se esconder. “É como se estivesse implorando para não morrer”, afirmou um policial. Audrey estava desempregada e morava com Roberto havia dois meses.

Do lado de fora da casa, que fica na viela 7, foram encontrados ainda dois corpos. Vicente Jadson Alves de Sousa, 24 anos, usava um capuz preto quando foi morto com dois tiros no rosto. Ele estava ao lado de Vital Barbosa da Silva, 62 anos, e pai de Roberto.

Na casa de Vital foram encontradas 56 munições intactas para armas calibre 38. A polícia acredita que a execução tenha sido feita em duas frentes simultâneas. E que o encapuzado, Vicente Jadson de Souza, que seria um dos executores, tenha sido baleado por uma das vítimas.




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