A Câmara de Ribeirão Pires abriu licitação para locar dez carros para uso dos vereadores. A medida foi tomada após a extinção da verba de gabinete, em junho, determinada pelo Tribunal de Contas do Estado. Anteriormente, os parlamentares recebiam mesada de R$ 2.400 e a cota de gasolina já estava inclusa. Estima-se que, mensalmente, o custo com combustível seja de R$ 700. Em quilometragem, isso representa 2.600 quilômetros, praticamente uma viagem de São Paulo a João Pessoa, capital da Paraíba. Ribeirão Pires tem 112 quilômetros quadrados.

De acordo com o presidente da Câmara, Gerson Constantino (PV), a opção pelo aluguel dos veículos ocorreu porque o Orçamento do Legislativo não comportaria gastos com a manutenção dos carros. "Também não temos dinheiro para comprar, por isso resolvi fazer a licitação, pois seria a melhor maneira para adequar", declarou. Atualmente, o legislativo tem um carro da presidência e outro do expediente.

O edital prevê que os veículos sejam 1.0, quatro portas, com direção hidráulica e ar-condicionado. O modelo ou 2011 ou 2012 com seguro contra colisão, incêndio, furto, roubo e perda total. O custo do serviço será de R$ 20 mil por mês. "Temos uma agenda para os gabinetes utilizarem. A demanda é muito grande", justificou o verde.

O vereador Antônio Muraki (PTB) afirmou que a locação foi a "melhor alternativa" encontrada. "O TCE vetou nossa verba (de gabinete) e a locação dos carros vai nos ajudar no exercício do mandato. Antes a despesa com gasolina consumia grande parte da nossa verba e agora estamos tirando do nosso bolso", disse.

Para resolver o problema do combustível, Gerson irá abrir outra licitação somente para contratar posto que ofereça gasolina pelo menor preço. "Sairá dos cofres da Câmara. Será estipulada cota para os gabinetes", analisou.

Em 2002, a Câmara extinguiu sua frota, na época de cinco carros, por não suportar os gastos com manutenção. "O valor era muito alto, os veículos quebravam demais. Resolvemos instituir a verba de gabinete, que é mais econômica do que os carros, mas o TCE nos condenou", ressaltou o vereador Edson Savietto, o Banha (PDT), presidente do Legislativo na ocasião da retirada dos carros.

PPS quer cadeira de quem for para PSD

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, publicou em seu site nota afirmando que irá pedir a cadeira de parlamentares que aderirem ao PSD, sigla idealizada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (sem partido). O deputado federal por São Paulo pretende questionar resolução do Tribunal Superior Eleitoral sobre infidelidade partidária, a qual assegura mandato para político que migrar para partido recém-criado.

No Grande ABC, somente vereador de Ribeirão Pires, José Nelson de Barros, o Zé Nelson (PPS), corre risco. "Não muda minha decisão. Vamos para defesa judicial se for preciso. É um direito do presidente do PPS fazer isso, mas vamos para briga", afirmou. O parlamentar anunciou ontem que pretende ingressar no PSD, que no âmbito municipal já conta com outros dois parlamentares - Koiti Takaki (PV) e Gerson Constantino (PV).

Zé Nelson não acredita que a ameaça popular-socialista se concretize. "A Justiça Eleitoral deu a brecha", analisou. Ele admitiu, entretanto, que optou pelo partido de Kassab pela segurança de continuar na cadeira no Legislativo.

O vice-prefeito de Ribeirão Pires, Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), disse que sabia da orientação nacional. "Se o Freire questionar a Justiça vai decidir. Acato a decisão que vier de cima", ponderou. O coordenador do PPS no Grande ABC, deputado estadual Alex Manente, foi procurado, mas não quis se manifestar.