Política Titulo Grande ABC
LDOs da região mostram queda real da receita para 2016

Arrecadação total de R$ 12,2 bi para o
próximo ano crescerá abaixo da inflação

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
06/07/2015 | 07:25
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Montagem/DGABC


Prévia do orçamento anual, os projetos de LDO (Leis de Diretrizes Orçamentárias) do Grande ABC relatam perda de receita real para o exercício de 2016. Elaborados pelos respectivos governos municipais, a estimativa de arrecadação total na região – seis peças já entraram nas Câmaras, sendo que a maioria aprovou a proposta – é da ordem de R$ 12,2 bilhões, crescimento abaixo do índice da inflação, retratando que a crise econômica instaurada no País, de fato, impactou nas contas das prefeituras.

O montante representa apenas 4,73% de alta, percentual bem inferior aos 8,47% de taxa acumulada no período de 12 meses, medido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) – relação oficial usada pelo governo federal –, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O recuo dos recursos nas sete cidades, portanto, é de 3,74%, considerando o montante de R$ 11,6 bilhões projetados a 2015. A situação acontece justamente em ano eleitoral, oportunidade em que seis nomes dos atuais sete prefeitos da região devem figurar nas urnas com plano de reeleição – a exceção de Luiz Marinho, em São Bernardo, que cumpre segundo mandato.

Para dar dimensão do peso envolvido, no ano passado, quando a instabilidade financeira ainda não havia atingido tão bruscamente as contas na União, a previsão de aumento a 2015 foi de 16%, com inflação na casa dos 6,41%, englobando números regionais. Segundo o coordenador do Inpes (Instituto de Pesquisa) da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Leandro Prearo, a variação real negativa “sem dúvida é preocupante”, tendo em vista o momento de estagnação da economia no País. “O valor é de queda real. Isso porque implica diretamente nos projetos. Os grandes investimentos ficam prejudicados e os municípios ficam enxugando gelo para amenizar o problema.”

Com a maior fatia do bolo entre os municípios do Grande ABC, São Bernardo, gerida por Marinho, prevê R$ 5,008 bilhões, enquanto em 2015 a peça era de R$ 4,916 bilhões. Santo André, comandada por Carlos Grana (PT), estima R$ 3,189 bilhões ante os R$ 3,091 bilhões do exercício atual. São Caetano, chefiada por Paulo Pinheiro (PMDB), tem prazo estendido até 31 de outubro para envio do plano ao Legislativo e, por isso, os números usados foram as perspectivas do ano que vem fixadas no texto vigente, de R$ 1,126 bilhão – frente a R$ 1,103 bilhão deste ano.

Em Diadema, de Lauro Michels (PV), a peça sai de R$ 1,249 bilhão para R$ 1,341 bilhão. Mauá, liderada por Donisete Braga (PT), prospecta R$ 1,148 bilhão após contar hoje com R$ 981 milhões. Ribeirão Pires, com Saulo Benevides (PMDB), projeta passar de R$ 257,8 milhões a R$ 336,2 milhões.




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