Economia Titulo Para não perder clientes
Por causa da crise, locadores de imóveis não repassam IGP-M

IGP-M sobe 5,59% em 12 meses, bem menos que o
ritmo do IPCA, mas proprietários preferem desconto

Marina Teodoro
Especial para o Diário
30/06/2015 | 07:08
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Denis Maciel/DGABC


Para não perder clientes, os locadores de imóveis da região estão preferindo abrir mão de repassar todo o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) – que é índice utilizado como referência para o reajuste de aluguéis –, por causa da crise econômica. Isso apesar de o indicador continuar tendo ritmo abaixo da inflação oficial do País, que é medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O IGP-M, apurado pelo Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), subiu 0,67% em junho e, em 12 meses, acumula alta de 5,59%, percentual sobre o qual os contratos de locações que vencem entre hoje e o fim de julho costumam ser corrigidos. Isso enquanto o IPCA acumulado nos 12 meses até maio já estava em 8,47% e deve ficar em 9% no fim do ano, segundo o relatório Focus, do Banco Central, que coleta projeções dos analistas do mercado financieiro.

Entretanto, nem os 5,59% devem chegar integralmente aos locatários do Grande ABC. “Estamos fazendo muito acordo e dando descontos, para não perder clientes, principalmente do comércio e da indústria, porque a situação do País está crítica. É melhor aumentar menos do que ficar com o imóvel vazio”, diz o delegado do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis no Estado de São Paulo) no Grande ABC, Alvarino Lemes.

O IGP-M tem como componentes os preços no atacado, ao consumidor e da construção. A variação acumulada em 2015, até agora, é de 4,33%. No mês de maio, este índice subiu 0,41%. Na opinião do economista Leandro Prearo, gestor do Inpes/USCS (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano), o aumento é bastante considerável, tendo em vista que em junho de 2014, esse indicador recuou 0,74% (ou seia, houve deflação), mas o cenário não é tão negativo. “Houve aumentos em situações pontuais, que não devem se manter pelos próximos meses, a estabilidade deve voltar”, afirma o especialista. Ele cita que a variação foi puxada por reajustes salariais, pelo impacto da alta do dólar em produtos importados, passagens aéreas mais caras e condições climáticas que elevaram o preço dos produtos in natura.

No entanto, de acordo com o Ibre-FGV, no acumulado de 12 meses a tendência é de aceleração, já que ao longo de 2014 houve deflação, e agora as variações mensais têm sido positivas. (Colaborou Leone Farias) 




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