Enrique Ricardo Lewandowski presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que este ano é um período de "entre-safra" (sem eleições) e é o melhor momento para o Congresso discutir a reforma política. A declaração foi dada durante inauguração da EMEB Karolina Lewandowski, ontem, em São Bernardo. O ministro já ocupou o cargo de secretário de governo e assuntos jurídicos da Prefeitura - 1984-1988, na gestão Aron Galante.

De acordo com Lewandowski, sem articulações eleitorais os congressistas poderão ter foco exclusivo nas discussões e se abster de interferências nas decisões. "O período eleitoral acaba atrapalhando a discussão, pois interesses locais interferem em certas opiniões", justificou.

Na semana passada o vice-presidente Michel Temer (PMDB) deu inicio a articulação para uma reforma enxuta para apenas transformar as eleições Legislativas de proporcionais em majoritárias. Na pratica, o quociente eleitoral seria extinto e os parlamentares mais votados é que seriam eleitos. "O método vigente foi adotado em 1932 com a proposta de garantir que minorias e menos favorecidos tivessem possibilidades de serem eleitos", exemplificou Lewandowski.

O caso do deputado federal Francisco Everaldo Oliveira Silva, o Tiririca (PR), é o exemplo mais polêmico dos puxadores de votos. Ele obteve 1,4 milhão de votos e levou com ele três deputados. "A vontade popular deve prevalecer", resumiu.

Além do tema proposto por Temer, Lewandowski destaca que os, parlamentares terão de aprofundar o debate em questões como voto distrital.

Motivo de confusão na eleição do ano passado foi a Lei Ficha Limpa. Candidatos que tiveram a candidatura impugnada por serem considerados fichas sujas acabaram eleitos após julgamentos do TSE.

"Quem vai definir se a lei vale para esta legislatura, para a próxima, ou não se aplica é o 11º ministro, Luis Fux. Mas mesmo que ela seja invalidada, é uma ideia que fica, pois a população e partidos se conscientizaram para votar em candidatos fichas limpas."

DONA MARISA

Quem esperava encontrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao lado do prefeito Luiz marinho (PT) na cerimônia de inauguração, se deparou com esposa do pestista, Marisa Letícia da Silva. Assediada por populares, ela disse que continuará participando dos eventos da Prefeitura "sempre que a convidarem."