Candidato governista a prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB) não resistiu ao cenário montado para seu sétimo comício, sexta-feira, no Jardim Calux, e abandonou por um momento o discurso ‘sou do bem' para disparar crítica certeira contra o rival petista, Luiz Marinho. "Marinho está em rota de desespero e lutando pelo segundo lugar. Eu estou em primeiro."

A única frase hostil direcionada ao adversário durante a atividade política, a qual o tucano classificou como "ato de cidadania", fez alusão à linha de ataque adotada por Marinho, que desde o início da campanha afirma ser o único capaz de "mudar a realidade da periferia abandonada". "Eles falam em mudança, mas precisam explicar o que farão. Nós vamos melhorar o que precisa e continuar as boas ações", afirmou, ao divulgar os planos de regulamentação fundiária e construção do hospital público.

Embora tenha assegurado estar "confiante na vitória", Morando subiu o tom ao pedir ajuda aos eleitores para decidir a eleição no primeiro turno. "Por que esperar o segundo turno? Vamos terminar essa eleição no dia 5 de outubro. Não deixem que o Calux seja tratado como paraíso eleitoral.Nossa proposta é séria e possível de ser cumprida no primeiro mandato", enfatizou.

O ex-prefeito Tito Costa (PTB) não teve o mesmo cuidado ao criticar os concorrentes. Dando nome aos bois, o petebista acusou os petistas de "assaltantes". "É o PT do dólar na cueca, do Mensalão, do jogo sujo. Estão querendo tomar na marra nossa cidade com ajuda de ministros e até do presidente. Vivemos numa guerra."

O ataque de Tito se referiu ao comício que o PT realiza neste sábado, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Principal arma da legenda para alavancar a candidatura de Marinho, o evento foi amplamente divulgado, sexta-feira, por meio de carros de som.

De manhã, o petista retornou à Vila São Pedro, onde censurou a proposta tucana de regularização fundiária do bairro. "O candidato do prefeito (William Dib-PSB) não pode falar em melhoria porque nada foi feito durante o tempo que ficaram no poder", disparou. "Aqui não é área de manancial, o problema já deveria ter sido solucionado."

Separado do vice - cantor e deputado federal Frank Aguiar (PTB), que realizou caminhada no Jardim Lavínia -, Marinho visitou as ruas da Vila Divinéia, à tarde, onde reforçou que seu eventual governo focará a infra-estrutura. "A periferia está no mais absoluto abandono. A administração não conhece a realidade porque o coração não sente onde os pés não pisam."

Único prefeiturável sem data marcada para comício, Alex Manente (PPS) ironizou a tática dos adversários. "Não farei comício para funcionário ou cabo eleitoral, essas pessoas já estão diretamente envolvidas com o plano de governo. Nosso objetivo é levar o programa aos moradores", alfinetou o parlamentar, que na sexta-feira percorreu os bairros Terra Nova 1 e 2 para angariar votos de eleitores indecisos.

Com discurso da "campanha limpa", Alex criticou a queda-de-braço dos rivais que disputam casa a casa para divulgação das candidaturas. "Eu não pago para colocar placa, nem faixa. Aceito com toda tranqüilidade o fato de ser o candidato com menor divulgação, porque propaganda não influencia na hora do voto."

Na avaliação do candidato, o eleitor sabe discernir campanhas propositivas. "O fato de eu não ter o mesmo poder econômico difere minha candidatura porque as pessoas não querem abuso de publicidade, mas propostas efetivas."