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Governos qualificam novas eleiçoes de vitória democrática
Do Diário do Grande ABC
17/09/2000 | 19:48
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Governos de países americanos e da Espanha saudaram neste domingo a decisao do presidente peruano Alberto Fujimori de convocar novas eleiçoes e nao se apresentar como candidato, considerando-a fruto da pressao exercida pela comunidade democrática do país e a mundial.

O porta-voz do departamento de Estado americano, Philip Reeker, falou de "um audacioso passo dado pelo presidente Fujimori" acrescentando que "as medidas anunciadas estao claramente orientadas a resolver a questao da polarizaçao política que o Peru enfrenta".

A Casa Branca lembrou que "desde as eleiçoes (abril-maio) apoiamos um processo que estimule uma reforma política e está claro que o povo peruano deseja a democracia", segundo o porta-voz presidencial, Jake Siewert.

O chanceler canadense, Lloyd Axworthy, considerou o anúncio de Fujimori "um avanço importante" para a normalizaçao da situaçao no Peru e opinou que "contribuirá para o progresso da democracia".

"Acho que Fujimori tomou a decisao adequada e agora veremos como a missao permanente (da Organizaçao de Estados Americanos) será utilizada para garantir eleiçoes democráticas", disse Axworthy à imprensa em Winnipeg, onde participa de uma Conferência Internacional sobre crianças vítimas da guerra.

Axworthy, junto com o secretário-geral da OEA César Gaviria, viajou a Lima depois da polêmica vitória de Fujimori no segundo turno eleitoral, em maio passado, na qual o candidato da oposiçao Alejandro Toledo desistiu de se apresentar, por considerar que as eleiçoes nao eram transparentes.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, destacou sua confiança em que o Peru continue seu caminho para a democracia. "Apoiamos o povo peruano, que está defendendo sua dignidade", disse o presidente em seu programa dominical radiofônico "Alô, presidente".

No México, o coordenador de Política Externa do presidente eleito Vicente Fox, Jorge Castañeda, declarou que ``temos que nos congratular com a decisao".

Castañeda anunciou que Fox incluiu Toledo na lista de convidados para a solenidade de posse, prevista para 1º de dezembro próximo.

Em Madri, o porta-voz do ministério de Assuntos Exteriores, Alberto Aza, explicou que seu governo "baseará seu apoio ao povo peruano na credibilidade democrática do país andino".

O porta-voz espanhol reiterou que o presidente José María Aznar apóia as gestoes da OEA na democratizaçao peruana, porque inclui em seu programa o governo, a oposiçao e a sociedade.

O titular da Internacional Democrata Crista, Ricardo Arias Calderón, afirmou no Panamá que "o escândalo fez com que Fujimori desativasse o Serviço de Inteligência Nacional e abrisse uma porta para a democracia no Peru".

Na Guatemala, Claudia Samayoa, do Movimento Cidadao, uma organizaçao contra a corrupçao, disse que "Fujimori finalmente está cedendo às pressoes para terminar com a ditadura e a impunidade".




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