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Pesquisa aponta que apenas 11,1% da população confia nos políticos
Do Diário OnLine
27/09/2007 | 19:30
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Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) apontou que apenas 11,1% da população do país confia nos políticos. Ainda de acordo com o levantamento, somente 16% dos brasileiros acreditam nos partidos políticos.

O estudo da AMB, intitulado ‘A Imagem das Instituições Públicas Brasileiras’, também apontou que as instituições que os brasileiros mais confiam são a Polícia Federal (75,5%) e as Forças Armadas (74,7%).

Apenas 14,6% dos entrevistados disseram confiar no Congresso Nacional. 12,5% confiam na Câmara dos Deputados e o Senado teve um desempenho um pouco melhor, com o índice de confiança em 14,6%.

A pesquisa ainda mostrou que 84,9% dos brasileiros acreditam que a corrupção no país pode ser combatida, enquanto 79,8% não concordam com o foro privilegiado. 94,3% acham que um político processado não pode concorrer a um cargo público, 95,4% defendem a reforma política e 59,1% confiam no trabalho da imprensa.

Para chegar a estas conclusões, pesquisadores da Universidade de Brasília ouviram, no mês de agosto, 2.011 pessoas em todo o país.

Opinião –
De acordo com o presidente da AMB, Rodrigo Collaço, a intenção ao promover a pesquisa era mostrar a necessidade de uma reforma política. Para isso, era preciso avaliar a credibilidade das instituições.

“A pesquisa confirmou que as instituições precisam de mudanças, não há a credibilidade desejada nem por parte do Executivo, do Judiciário e principalmente do Legislativo. A pesquisa também nos confirmou que a sociedade além de não acreditar nas instituições, quer mudanças, quer reformas. Então eu vejo isso como um combustível para animar a todas aquelas entidades, aquela parcela do Congresso e da sociedade que desejam uma mudança completa no perfil das instituições brasileiras”, afirmou.

A pesquisa mostrou que metade dos entrevistados não acredita no poder Judiciário. Na avaliação de Collaço, a razão dessa descrença é a “demora e a falta de eficácia” nas decisões judiciais. “A sociedade que precisa e vai ao Judiciário sabe que não consegue ter uma decisão em tempo rápido, uma decisão que seja eficaz em pouco tempo”, argumentou.

Para o professor doutor do Instituto de Ciências Políticas da UnB (Universidade de Brasília) Ricardo Caldas, a descrença no Parlamento é um “processo histórico”, que já vinha acontecendo ao longo dos anos 90, mas que se agravou nos últimos anos por conta das denúncias de corrupção.

“Em 1993 cerca de 30% da população confiava na Câmara e no Senado; em 2005, apenas 20%, e em 2007, em torno de 12 a 14%”, ressaltou.

Caldas apontou a reforma política como solução para acabar com o descrédito. “Nós precisamos urgentemente de uma reforma política. Não esta que está sendo discutida pelo Congresso, mas uma reforma política mais abrangente, voltada realmente para o cidadão”, defendeu.

Já o deputado Pedro Wilson (PT-GO) disse que a pesquisa traz uma forte crítica. “O que nós temos que fazer é debruçar sobre os dados e superar esses episódios. Nós temos que trabalhar mais, produzir mais e fortalecer as instituições pela produtividade de trabalho, com aprovação de leis, de orçamento e ações em interligação com a população, para que ela possa eleger um deputado e depois cobrar dele os resultados desse mandato”, declarou.



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