Política Titulo Eleição em Mauá
Leque de candidatos acirra disputa

Postulantes projetam definição no 2º turno; diferença de votos é historicamente diminuta

Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
15/01/2012 | 07:12
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Com o cenário atual indicando a formalização de até seis candidaturas a prefeito, a corrida ao Paço de Mauá tende a ser fiel à história das eleições majoritárias da cidade e projetar o vencedor com diferença diminuta de votos com relação ao segundo colocado.

Até aqui, o prefeito Oswaldo Dias (PT), a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), o vereador Atila Jacomussi (PPS) e o professor José Silva (Psol) possuem as pré-candidaturas mais consistentes. Além desses, um postulante deverá sair da união entre Chiquinho do Zaíra (PTdoB), Paulo Bio (PV) e Irmão Ozelito (PTB), e o PSDB cogita candidatura própria, com Edimar da Reciclagem ou Mateus Prado, mas não descarta aliança com o PMDB.

O discurso de certeza de segundo turno já é unanimidade entre os que partirão para a campanha. "Evidente que, para quem está no governo, a situação plebiscitária (com poucas candidaturas) é melhor, mas não é a gente que decide isso", externa o chefe do Executivo. "O alto número de candidatos mostra o descontentamento geral com a atual gestão", ataca Vanessa.

A projeção é que a disputa seja decidida voto a voto, como o já registrado na cidade em diversas ocasiões. Mauá possui como recorde a menor diferença percentual entre candidatos a prefeitos da história do Grande ABC. Em 1988, Amaury Fioravanti (PL) derrotou José Carlos Grecco (PSDB) por 31.513 votos a 31.380, diferença de 133 cédulas, ou 0,1% (23,5% a 23,4%).

Em números gerais, a menor margem de votos pertence a São Bernardo, onde, em 1951, Lauro Gomes de Almeida (PTB) derrotou Edmundo Delta (PSP) por 116 sufrágios: 2.592 a 2.476 - 51,5% a 48,5%.

Outra diferença ínfima de votos em Mauá ocorreu no pleito de 1978. Na ocasião, Dorival Rezende (MDB) venceu Leonel Damo (Arena) por 12.245 cédulas a 11.903, diferença de 342 adesões.

Na história recente, já com a realização do segundo turno, as margens permaneceram apertadas, mas nem tanto. Na estreia da segunda etapa no processo eleitoral de Mauá, em 2000, Oswaldo Dias superou Leonel Damo (PSDB) por 99.436 (50,8%) a 87.653 (44,8%). Em 2008, o petista se elegeu para o terceiro mandato ao vencer Chiquinho do Zaíra (então no PSB) por 117.337 (55%) a 93.382 (44%) - em 2004 o segundo turno foi cancelado pela Justiça em razão da exposição Túnel do Tempo, com Damo declarado vencedor após a cassação da candidatura de Márcio Chaves (PT), que ganhou o primeiro turno.

MÁQUINA EM BAIXA?

Vereador mais votado da história de Mauá (recebeu 8.432 votos em 2008), Atila Jacomussi projeta disputa acirrada a prefeito com base no leque de candidaturas e também no "sentimento de mudança da população". "O governo tem muita rejeição. Então, estar no controle da máquina não garante vantagem ao Oswaldo", avalia. Irmão Ozelito não retornou aos contatos do Diário.

 

Prefeito atesta pleito com ‘elementos diferenciados'

 

Ao comentar as dificuldades que deverá encontrar na campanha eleitoral, Oswaldo Dias (PT), que busca ser o primeiro prefeito eleito para um quarto mandato na história do Grande ABC, atentou para os "elementos diferenciados" que norteiam a disputa na cidade.

"Em 1982 e 1992 teve vantagem muito grande para o ganhador (respectivamente Leonel Damo e José Carlos Grecco). Mas de 1996 para cá não teve grande vantagem", identifica. "Até o surgimento do PT, a eleição se deu com grupos que se revezavam na Arena ou no PSDB. A partir do surgimento do PT ocorre a polarização. Tem nós, e tem os outros", avalia. "Não que sejamos melhores que os outros, mas temos maior clareza de propósito."

Mas a polarização citada não ocorrerá neste ano. O próprio Oswaldo admite que por conta do leque de concorrentes, a disputa tende a ser definida no segundo turno. MR




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