O posto de vice na chapa do prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), não está sendo disputado a tapa apenas pelo fato de o atual detentor do posto, o ex-prefeito Gilson Menezes (PSB), não possuir o mesmo vigor físico e potencial eleitoral de pleitos anteriores. O principal objetivo dos partidos aliados é conquistar a vaga e, caso Reali seja reeleito, conseguir viabilidade para desbancar o PT no governo.

Desde 1982, quando o PT venceu pela primeira vez a eleição majoritária em Diadema - justamente com Gilson Menezes -, o partido priorizou a chapa pura na disputa. Em 2008, quando o diretório decidiu abrir a legenda para o vice de outra sigla, a escolha de Gilson foi estrategicamente pensada para não atrapalhar os planos de reeleição quatro anos mais tarde. O ex-prefeito tem raízes petistas e, por problemas de saúde, dificilmente peitaria Reali para buscar o regresso ao Paço.

PMDB, PCdoB, PSB, PR, PPS e PDT manifestaram internamente o desejo de assumir a vaga de Gilson. A intenção deles é construir a imagem de um candidato paralelo ao PT, já que, dentro do arco de aliança, a análise é que os petistas não têm preparado um nome para a eleição de 2016 caso Reali seja reeleito.

Outro problema detectado entre os governistas é a falta de apelo popular da gestão de Reali. O ex-deputado estadual assumiu a Prefeitura com discurso de continuidade às políticas públicas do PT na cidade, mas problemas financeiros - deixados justamente pelos antigos gestores petistas - atrapalharam a implementação do plano de governo em sua totalidade. Mesmo se for reeleito, Reali entregaria o governo municipal em 2016 com o PT extremamente desgastado.

Nas últimas três décadas, o PT só não governou Diadema em quatro anos. Em 1996, Gilson - então desafeto do PT - aproveitou o racha petista para, pelo PSB, interromper a série de gestões do partido.

PR se reúne para indicar nome à cúpula petista

Com a antiga estrutura do PSC, que em 2008 emplacou Gilson Menezes (hoje no PSB) na chapa de Mário Reali (PT), o PR vai se reunir para definir um nome para brigar pela composição no projeto de reeleição do atua l prefeito de Diadema.

"Acreditamos que temos bons quadros e capacidade eleitoral para indicar o vice do Mário. Não desmerecendo os outros partidos ou o Gilson, mas acredito que o PR tem força para estar nessa disputa", disse José Carlos Gonçalves, presidente do PR municipal.

Segundo o dirigente republicano, o nome será levado à cúpula petista nesta semana. A legenda conta com políticos tarimbados na cidade, como o ex-vereador José Zito da Silva, o Zezito, o secretário de Assistência Social e Cidadania, Pedro Soares, e o vereador Talabi Fahel, que deixou o PSC em setembro. RR