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Mogi Mirim aprova processo de impeachment de prefeito
Do Diário do Grande ABC
11/04/2000 | 16:05
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A Câmara de Vereadores de Mogi Mirim aprovou segunda-feira à noite, por 11 votos contra 5, a instalaçao do processo de impeachment contra ao prefeito Paulo Silva (PSDB).

O motivo, segundo os parlamentares, é uma dívida contraída há 12 anos, no valor de R$ 1,8 milhao. O débito, ainda pendente, refere-se à desapropriaçao de um prédio, onde passou a funcionar o hospital municipal, desativado há quatro anos.

A proposta de impeachment foi apresentada pelo advogado Roberto Chiminaso, que defende o ex-proprietário do imóvel Nelson Alaite Júnior. O caso será analisado pelas comissoes de Justiça e Redaçao e de Finanças e Orçamento. Os dois grupos, compostos por cinco vereadores cada, terao 30 dias para concluir o trabalho. Em seguida, o pedido de cassaçao será submetido à votaçao, que definirá o futuro do prefeito.

A dívida que motivou o pedido de impeachment foi contraída na gestao do ex-prefeito Luiz Neto (PSDB). "A prefeitura montou o hospital, mas até hoje nao pagou o valor correspondente à desapropriaçao", disse terça-feira o presidente da Câmara, Milton Dante (PMDB). A unidade, segundo ele, contava com vinte leitos, mas foi desativada por falta de recursos.

"É um despropósito, porque nao fui eu quem fez a dívida", disse o atual prefeito. Segundo ele, cassar o seu mandato nao resolverá a falta de recursos enfrentada pela administraçao municipal. "Quando assumi, a prefeitura já acumulava uma dívida de R$ 30 milhoes", afirma. Para Silva, seriam necessários pelo menos 30 anos para saldar todos os débitos.

O prefeito alega que o problema da prefeitura é de falta de caixa e nao de improbidade administrativa. Para Silva, caso seu mandato seja cassado, quem assumir o cargo também nao conseguirá saldar a dívida.

"O vice-prefeito, o presidente da Câmara ou até mesmo um interventor também nao conseguirao pagar o débito porque falta dinheiro", completou.

Embora concorde que o caso é de ordem financeira e nao política, o presidente da Câmara diz que o prefeito nao agiu corretamente. "Ele deveria ter procurado o ex-proprietário do prédio para uma negociaçao", disse. "A prefeitura deveria resolver o problema através de um acordo, parcelando a dívida", completou.




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