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Batalha vai continuar na Praça da Matriz

Segundo organização, notificação não muda nada; PM afirma que agirá quando houver ocorrências

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
25/06/2015 | 07:07
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Celso Luiz/DGABC


O evento Batalha da Matrix, que ocorre semanalmente na Praça da Matriz, em São Bernardo, e reúne cerca de 600 jovens às terças-feiras, não deixará de acontecer após notificação entregue pela Prefeitura. Segundo os organizadores, os encontros vão continuar.

Na terça-feira, a administração municipal informou ao Diário que, após inúmeros encontros, não houve consenso sobre a realização de evento mensal ou mudança de local. Com isso, caso haja ocorrências como tráfico de drogas ou pichação, os organizadores seriam responsabilizados.

Conforme o comandante do 6º Batalhão, major Ronaldo Gonçalves Faro, responsável pelo policiamento na área, a ação da PM (Polícia Militar) também segue a mesma em relação ao evento. “Participamos das reuniões com o movimento e o Executivo e apresentamos os problemas, que são pichações, consumo de drogas e álcool por menores e barulho. Eles concordaram em manter o evento até as 22h, mas os outros problemas continuaram. Quem regula o uso do espaço público é a Prefeitura e, se tiver algum problema, a PM vai atuar”, disse.

Já o Ministério Público, que também é citado na notificação, afirmou que tem por meta a conciliação dos interesses de ambas as partes. O órgão também disse que a prioridade é a solução dos problemas apresentados.

OPINIÃO - Para especialistas, a utilização do espaço para manifestação cultural não pode ser proibida. A professora de História da Universidade Presbiteriana Mackenzie Rosana Schwartz afirmou que a reunião traz sentimento de pertencimento para os jovens da periferia. “Eles perceberam que têm o mesmo direito ao uso do espaço que os jovens de classe alta. Estão tomando conta do local e se manifestando, como uma marca de pertencimento, o que é garantido pela Constituição.”

“É simplesmente o direito de o povo fazer o que quer no espaço coletivo. É justo o que eles desejam, produzir processos culturais, e isso não deve ser definido pelo poder público”, afirmou a especialista em juventude da Fundação Santo André Marilena Nakano.

Para o professor de História da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Ives Muñoz, a Prefeitura perde oportunidade de dialogar com os adolescentes. “Esse lugar é bom para debates mais profundos sobre drogas e álcool, por exemplo. Se houvesse boa vontade da administração, não veria como problema, mas sim como oportunidade de trazê-los para perto.” 




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