Novo presidente paulista do PSDB, Pedro Tobias considerou que há condições de o tucanato quebrar o chamado cinturão vermelho no processo eleitoral de 2016, referindo-se às gestões do PT no Grande ABC, onde nasceu o partido adversário, que hoje detêm o poder de três entre as principais prefeituras da região. Para o líder tucano, o cenário para a disputa do páreo é visto como “chance de ouro” para reduzir a influência petista. “Vemos que existe viabilidade de lançarmos candidaturas fortes na maioria das (sete) cidades. Após todas essas denúncias (de corrupção) pelas quais passa o PT, enxergamos que é possível estourar esse cinturão vermelho.”

Em entrevista ao Diário, Tobias falou sobre a prioridade que será dada em municípios-chave, elencando as cidades da região, São Paulo, Guarulhos e Osasco na lista, analisadas como reduto petista. “Volume é muito grande de votos. Temos quadros com potencial e há plano de filiar novos quadros que tenham identificação com o PSDB, além do prisma favorável de 2014”, alegou. No ano passado, a candidatura tucana à Presidência, com o senador Aécio Neves, faturou em cinco cidades do Grande ABC, que concentra eleitorado superior a dois milhões de sufrágios.

Embora tenha ponderado que a decisão dos nomes ficará a cargo das municipais, Tobias fez panorama de quem tem maior capilaridade para encabeçar as chapas majoritárias do PSDB. Em São Bernardo, o dirigente avaliou que o deputado Orlando Morando está à frente na concorrência – o ex-prefeito William Dib também pleiteia o posto. “Vejo que o Orlando está mais avançado (para ser o candidato), bem cotado na cidade”, afirmou, mencionando a votação do parlamentar no ano passado, que obteve 237 mil votos no total, sendo 103,2 mil nas urnas do município.

Em Santo André, Tobias citou articulações para resgatar o ex-vereador Paulinho Serra, secretário de Obras e hoje no PSD. O presidente surpreendeu ao fazer mea-culpa e lembrar que campanha tucana ao Paço naufragou em 2012, quando ele próprio chefiava a estadual, o pessedista se colocava como pleiteante, mas o PSDB foi vice de Raimundo Salles. “Teve falha nossa. Reconheço isso. Acho que errei na época e hoje tenho informações de que o Paulinho pode voltar e ser nossa alternativa à Prefeitura.”

O comandante tucano ressaltou, em São Caetano, a hipótese de contar com o ex-prefeito José Auricchio Júnior (PTB). “Tem a simpatia do governador e encontra-se bem nas pesquisas”, justificou, elogiando também o vereador Beto Vidoski. Ele frisou também que haverá atuação para manter Rio Grande da Serra, única cidade da região nas mãos do PSDB, com Gabriel Maranhão.