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Ex-prefeito depõe no dia 21
12/09/2005 | 23:43
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O ex-prefeito Paulo Maluf (PP), réu por corrupção passiva, crime contra o sistema financeiro (evasão de divisas), lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, será interrogado, judicialmente, dia 21. A data do interrogatório foi determinada pela juíza Sílvia Maria Rocha, titular da 2ª Vara Criminal Federal em São Paulo, que decretou a prisão do ex-prefeito e também a do filho mais velho dele, Flávio Maluf. Diretor-presidente da Eucatex, Flávio Maluf foi preso com o pai e também deporá no mesmo dia.

O interrogatório é a oportunidade que Maluf tem para dar a versão sobre as acusações que lhe foram imputadas pelo doleiro Vivaldo Alves, mais conhecido como Birigüi. O doleiro prestou três depoimentos à PF (Polícia Federal) e um ao MP (Ministério Público) de São Paulo. Acusou os Maluf de terem tentado convencê-lo a ficar calado perante a PF e os promotores. Com base na denúncia de Birigüi e na interceptação telefônica, a PF e a Procuradoria da República pediram a prisão do ex-prefeito e do filho e outras medidas.

A Procuradoria requereu instauração de inquérito contra dois advogados por suposta falsa comunicação de crime. Em julho, os advogados entregaram petição à juíza acusando Birigüi de tentar extorquir US$ 5 milhões dos Maluf. Em troca desse dinheiro, o doleito teria se comprometido a não revelar os detalhes da conta Chanani, que ele confessou ter operado no Safra National Bank de Nova York.

Birigüi negou a tentativa de extorsão e decidiu colaborar com as investigações da PF e da Procuradoria. Os advogados do ex-prefeito e de Flávio apresentarão nesta terça-feira pedido de habeas-corpus ao TRF (Tribunal Regional Federal) para tentar revogar o decreto de prisão. Eles alegam que os Maluf não praticaram crime. Maluf diz que caiu em uma "armadilha". Referindo-se ao doleiro, ele protestou: "O réu confesso está solto e eu na prisão."

Eucatex – A prisão de Paulo Maluf e do filho mais velho dele causou apreensão a grande parte dos 105 mil moradores de Salto, na região de Sorocaba (SP). A família é dona da empresa Eucatex, maior indústria da cidade e segunda maior empregadora, atrás apenas da Prefeitura.

São 1.250 empregos diretos e outros 800 terceirizados, segundo o Sindicato da Construção e do Mobiliário do município. "Estamos torcendo para que esse período ruim dos empregadores passe rápido", disse o secretário-geral do sindicato, Talel Ismail. Ismail lembra que a empresa saía de uma concordata preventiva e fechou um acordo com os funcionários, dando 6,28% de reajuste, mais 1% de aumento real, além de assegurar estabilidade até 30 de novembro. Nesta segunda-feira, a fábrica, que produz aglomerados e chapas de fibra de madeira, operava, normalmente. A empresa era administrada pelos outros membros da diretoria-executiva, que é presidida por Flávio Maluf. Ele assumiu a gestão da companhia há cerca de cinco anos, mas Paulo Maluf ainda "dava as cartas", segundo o fretista Heleno José da Silva, 56 anos.




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