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Diadema quer projeto tucano no ensino
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
05/08/2009 | 07:33
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Edmílson Magalhães/DGABC


Depois da discutida municipalização de quatro escolas de Ensino Fundamental, agora a Prefeitura de Diadema pretende introduzir o Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) na rede municipal, um dos instrumentos da política educacional do governo paulista do PSDB.

Embora o projeto de lei assinado pelo prefeito Mário Reali (PT) entre como "regime de urgência" na pauta da sessão de amanhã na Câmara, não há mais tempo de Diadema incluir os 3.388 alunos das escolas municipais, entre 8 e 10 anos, na prova do Saresp deste ano (dias 10 e 12 de novembro), de acordo com a Secretaria de Estado da Educação.

O município deveria ter entregue a documentação até o dia 30 de junho, de acordo com o regulamento da 13ª edição do Saresp. Dessa forma, mesmo que os vereadores aprovem a celebração do convênio entre a Prefeitura e o Estado, somente em 2010 os alunos de Diadema serão avaliados no segundo semestre. O prazo do convênio é de 12 meses - contados a partir da assinatura - e poderá ser prorrogado por até cinco anos.

A vereadora Irene dos Santos (PT) desconhecia o fato de a data da entrega dos documentos ter sido encerrada. "Aliás, ainda não discutimos esse projeto do Executivo com a bancada do PT nem com os demais vereadores. Vamos fazer o mais tardar na quinta-feira (amanhã) pela manhã", afirmou Irene, que na última sessão, antes do recesso parlamentar (16 de julho), pediu para que a matéria fosse adiada - na ocasião, 11 projetos entraram para votação de última hora.

O presidente do Legislativo, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), também não tinha ontem uma avaliação do projeto de parceria com o Estado.

O que não é o caso do professor José Reinaldo de Matos Lima, integrante da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e educador em escola municipal de Diadema. "O Estado faz uma maquiagem nos dados ao priorizar a quantidade e não a qualidade do ensino. Não há coerência de a Prefeitura, depois da municipalização, querer abraçar o Saresp", alfinetou o petista declarado.

Lima foi além: "Infelizmente, a Câmara perdeu sua autonomia e faz tudo o que o Executivo manda", afirmou.

Público - O Saresp é aplicado aos alunos da 2ª, 4ª, 6ª e 8ª séries do Ensino Fundamental, em escolas com ciclo de oito anos, e estudantes do 3º ano do Ensino Médio.

Segundo dados da Secretaria de Educação, cerca de 500 mil estudantes das redes municipais de ensino do Estado participarão da edição do Saresp neste ano - são alunos matriculados em 2.540 escolas de 429 cidades. Na rede estadual, estão previstos cerca de 2 milhões de alunos de 5.300 unidades.

Neste ano, a secretaria vai arcar com os custos da aplicação das provas para os estudantes da rede municipal.




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