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Cursos de computação têm boa perspectiva profissional
Landa Xavier Moino
Do Diário do Grande ABC
13/08/2001 | 17:46
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Um fenômeno que ocorre em todo o mundo expõe o lado frágil do mercado de tecnologia de informação (TI). A falta de mão-de-obra qualificada, inclusive no Vale do Silício, região nos Estados Unidos que concentra as corporações de alta tecnologia, impele as empresas a saírem à caça de profissionais que, em contrapartida, exigem remuneração pesada para prestar serviços nos segmentos de redes, segurança de dados e programação, entre outros.

Mesmo na terra de Tio Sam o problema é tão grave que importar mão-de-obra de países como Índia, Colômbia e até mesmo do Brasil tornou-se prática corrente das empresas. Assim, mesmo em meio ao cenário de crise econômica, o estudante que tem afinidade com computadores pode sonhar com uma carreira temperada por altos salários e uma boa gama de benefícios.

Estudos do International Data Corporation (IDC) apontam que atualmente existem cerca de 700 mil vagas no mundo para profissionais com formação de 3º grau. Nos próximos dois anos, a perspectiva é que esse número alcance 1,6 milhão. Além disso, os salários giram em torno de R$ 2 mil para iniciantes e R$ 10 mil para os mais experientes. “Como as grandes empresas têm dificuldade de encontrar uma pessoa especializada, quando acham a contratam a peso de ouro”, diz o professor Aparecido Valdemir de Freitas, coordenador do curso de Ciências da Computação do Centro Universitário Municipal de São Caetano (Imes).

“Essa dificuldade de encontrar pessoas com o grau de conhecimento que necessitam ocorrem porque as áreas de atuação estão se multiplicando sem que tomemos conta disso”, afirma. De acordo com Freitas, a graduação do profissional que deseja atuar na área de informática é fundamental, assim como também são os cursos de especialização.

Mário Francisco Guerra Boaratti, professor e coordenador do curso de Ciência da Computação da Universidade Metodista, de São Bernardo, vai além: “Embora seja imprescindível, uma graduação no currículo ainda não é suficiente”, afirma. “O curso universitário é apenas a base e, atualmente, o mercado exige conhecimentos profundos e técnicos que só são adquiridos com cursos de pós-graduação e de aperfeiçoamento.”

Duas coisas são certas no mercado da tecnologia, ainda segundo os especialistas: não faltarão vagas para os profissionais que buscam aprendizagem e atualização constantemente.

No Grande ABC, os cursos universitários procuram cobrir diversos segmentos do mercado de tecnologia da informação. A Universidade Metodista tem três opções: Ciência da Computação, Engenharia da Computação com Ênfase em Software e Administração, Serviços e Comércio Eletrônico (leia texto abaixo). O Imes, por sua vez, há 15 anos tem no currículo o curso Ciência da Computação, que além de contemplar a formação científica, desenvolve ações no sentido de colocar o aluno no mercado de trabalho, como convênios entre a universidade e empresas e cursos extracurrilculares.

O Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano, a partir deste ano também passou a oferecer a especialização em computação no tradicional curso de Engenharia Elétrica. Segundo Mário Garrote, diretor da disciplina, a introdução da matéria ocorreu devido à cobrança dos alunos no que se refere aos avanços tecnológicos da informática. “Depois de uma breve pesquisa com o corpo discente, percebemos uma grande ansiedade de aprendizado; além disso, o mercado de trabalho passou a exigir profissionais com conhecimentos específicos no que se refere à computação.”

Outras opções da região estão na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), de São Bernardo, que oferece o curso de Engenharia Elétrica com ênfase em eletrônica, computadores e infotelecom; e na Universidade do ABC (UniABC), de Santo André, com o curso de Ciências da Computação.




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