No relatório final da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Correios, divulgado na quarta-feira, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) pede o indiciamento do ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira por ter concluído que o ex-dirigente petista beneficiou a empresa GDK Engenharia em contrato com a Petrobras. Serraglio lembra que Sílvio Pereira chegou a receber de presente um automóvel de luxo - uma Land Rover no valor de R$ 73,5 mil - do dono da GDK, César Oliveira.
Para o relator, houve "indiscutível favorecimento" da GDK, contratada para prestar serviços a uma subsidiária da Petrobras sediada na Holanda, com o objetivo de "fugir ao rigor das regras licitatórias" brasileiras. "Lembre-se, por oportuno, que o então alto dirigente petista foi responsável pela indicação de cargos estratégicos na estatal, sobre a qual exercia forte influência, e, por isso, tinha todas as condições, como efetivamente teve, de ajudar a empresa do senhor César Oliveira, de quem receberia luxuoso presente", afirma Serraglio, no relatório.
No relatório da CPMI dos Correios, Serraglio pede não só o indiciamento de Sílvio Pereira por tráfico de influência, mas também dos dirigentes da GDK e da Petrobras que participaram da assinatura do contrato de prestação de serviços, por crime de formação de quadrilha.
Depoimento – Ao depor na CPI dos Correios em julho do ano passado, Sílvio Pereira afirmou que desconhecia qualquer esquema de corrupção no governo e que nunca havia ouvido falar em 'mensalão'. Protegido por um habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal), para ter o direito de não responder a perguntas que pudessem incriminá-lo, Sílvio Pereira negou ainda exercer tráfico de influência no governo Lula.
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