O presidente brasileiro é o único líder da América Latina convidado para a cúpula, da qual participarao o presidente norte-americano Bill Clinton e quatro chefes de governo europeus (Itália, Gra-Bretanha, França e Alemanha). Fernando Henrique fez um balanço de seus cinco anos de governo, durante os quais governou com o apoio das forças de centro-direita.

Em uma entrevista ao Corriere della Sera, Fernando Henrique Cardoso, admitiu que ``nao existe um modelo para a esquerda, no caso de que ainda houvesse sentido a divisao esquemática entre esquerda e direita'.

Fernando Henrique, que chegou esta quarta-feira a Roma para uma visita de quatro dias, durante a qual será recebido pelo papa Joao Paulo II e pelo presidente da República italiana, Carlo Azeglio Ciampi, considera que todo executivo deve ``se adaptar' à própria realidade.

Ao ser interrogado sobre sua política econômica de cunho neoliberal, o chefe de Estado brasileiro manifestou que seu maior compromisso é ``controlar a inflaçao'.

``Qualquer político com sentido comum, de esquerda ou de direita, sabe que se existe inflaçao nao se pode conseguir um crescimento econômico sustentado', afirmou.

Sobre a possibilidade de que seja levantada uma frente social-democrata nos países da América do Sul, após a eleiçao do argentino Fernando De La Rúa, apoiado pela centro-esquerda, o que pode se repetir no Uruguai e no Chile nas próximas eleiçoes presidenciais, Fernando Henrique foi prudente.

``Uma forma comum de ver os problemas facilita o trabalho', afirmou FHC, que disse nao estar certo de que o peronismo de Menem seja mais de direita que o radicalismo de De La Rúa.

``A divisao entre direita e esquerda, como é concebida na Europa, é um conceito difícil de aplicar à América Latina', continuou.