Dirigentes dos clubes da região estão cansados de falar sobre quão deficitária é a Copa Paulista. Sem qualquer valor de repasse por parte da Federação Paulista de Futebol, as equipes têm de se virar com patrocinadores, venda de ingressos e outras ações para manter os atletas em atividade. O São Bernardo, único do Grande ABC a participar da competição, teve de baixar em 1/5 o teto salarial para poder arcar com as obrigações junto aos atletas.

“No Paulistão, o maior salário era R$ 40 mil (Danielzinho e Cañete). Meu teto na Copinha, o que ganha mais é R$ 8.000. Os demais recebem R$ 3.000, R$ 4.000. É o que posso pagar”, explicou o presidente Luiz Fernando Teixeira. “No São Bernardo tem pulso firme. Há valores reais”, emendou.

Na visão do dirigente, o futebol brasileiro está “morrendo” e “agonizando” por conta da supervalorização de alguns jogadores, cota de televisão restrita a determinados clubes e ingressos muito caros. Em razão disso, as dívidas e os processos contra as agremiações só crescem mês a mês.

“Se não mexer logo, o futebol acaba. O público já não vai mais ao estádio. A televisão tem vantagem legal porque dá dinheiro para 20 clubes. Mas matou o resto. Os valores envolvidos são irreais”, afirmou Luiz Fernando. “É absurdo um Sheik ganhar o que ganha e jogar o que joga. Perna de pau cobrando R$ 40 mil, R$ 60 mil, R$ 80 mil”, emendou. “Sempre voto contra os valores de ingressos da federação. Têm de custar R$ 5 e R$ 10. Porque é esporte popular. Por que os campos de várzea estão lotados? O povo adora futebol. Mas não pode tirar da boca do filho para ir ao jogo. São precisos valores mais reais”, concluiu o mandatário.