Política Titulo Editorial
Dinheiro vai, obra não vem
Do Diário do Grande ABC
17/06/2015 | 08:12
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Aline Pietri/DGABC


O número é oficial, reconhecido pelo governo de São Bernardo: 3.200 crianças aguardam na fila por vaga em creche na rede municipal. Utilizando o deficit como justificativa, o prefeito Luiz Marinho (PT), que se encaminha para o fim de seu segundo mandato consecutivo, lançou, já faz um bom tempo, programa destinado a erguer seis unidades educacionais para atender a esse público-alvo. Não faltaram pompa e circunstância na oportunidade do anúncio que prometia revolucionar a Educação Infantil na cidade.

Decorridos dois anos do prazo previsto para a entrega das primeiras creches, entretanto, reportagem do Diário revela que nenhuma migrou do papel para a realidade. Pior ainda: a administração já torrou R$ 1,5 milhão dos cofres públicos. O dinheiro foi pago à empreiteira responsável pela execução dos projetos, que abriu falência e abandonou os canteiros de obras ainda nas fases iniciais.

Embora existam à disposição dos gestores mecanismos que podem diminuir o risco de licitações públicas serem vencidas por empresas com saúde financeira abalada, nenhum governo está imune a tais ocorrências. Porém, o que torna singular o caso ocorrido em São Bernardo é a inércia da Prefeitura em tentar reaver a verba investida. O Paço alega que os serviços relativos ao valor pago – basicamente terraplenagem – foram efetivamente prestados, o que a oposição contesta.

Para dar continuidade ao programa de redução da fila de crianças de zero a 6 anos em busca de creche, o governo Marinho contratou uma segunda empresa em dezembro passado. As obras, no entanto, seguem a passos de tartaruga, embora a companhia já tenha embolsado R$ 417 mil para a execução dos serviços. Com o Legislativo sob controle do Executivo, com raras vozes dissonantes, a população são-bernardense sofre calada, sem ter a quem recorrer, com a lentidão na execução de empreendimentos sociais mais do que necessários.
 




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