O presidente Alvaro Uribe reafirmou nesta quarta-feira que não criará uma zona desmilitarizada em dois municípios do sul da Colômbia, um dia após a guerrilha das Farc insistir nesta exigência para trocar reféns por rebeldes presos.

"Entregar às Farc uma zona desmilitarizada é aumentar os seqüestros na Colômbia", disse Uribe à rádio La FM, sobre a exigência da guerrilha de criação de uma área rural de 150 km2 sem a presença da polícia ou das Forças Armadas, sob a supervisão de observadores internacionais.

Uribe destacou que tem o "dever de lutar até o último dia" de seu mandato "para derrotar o terrorismo" e que não pode "falhar".

"A zona desmilitarizada não é necessária para a libertação (dos reféns), mas é um atropelo para a soberania", disse ele, ao recordar as "conseqüências desastrosas" da região de 42.000 km2 que o governo de Andrés Pastrana (1998-2002) entregou às Farc durante três anos de um frustrado processo de paz.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) exigem que o governo retire suas tropas dos municípios de Florida e Pradera para discutir nesta área a troca de 45 reféns da guerrilha por cerca de 500 rebeldes presos.

Como gesto de boa vontade, as Farc anunciaram a libertação unilateral de Clara Rojas, de seu filho nascido no cativeiro e da ex-congressista Consuelo González.

"Celebramos que entreguem estes reféns. Deus queira que cheguem rapidamente às suas famílias. Sei que querem fazer este gesto de apoio ao presidente (venezuelano) Hugo Chávez porque se identificam com ele e isto é bom. Precisamos que os libertem".

Chávez mediou a libertação dos reféns até um desentendimento com Uribe em torno de contatos diretos que fez com um general colombiano.