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'Cuba Libre' é destaque na Mostra de SP
31/10/2011 | 10:02
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No ano passado, numa histórica entrevista concedida a um jornal mexicano, Fidel Castro pediu publicamente desculpa aos homossexuais. O dirigente se referia às condenações dadas aos homossexuais que foram obrigados a trabalhar colhendo cana nos primeiros anos da revolução. Será que Cuba, depois dessa declaração de Fidel está mais tolerante com os gays? O documentário "Cuba Libre", do cineasta brasileiro Evaldo Mocarzel, mostra que, aparentemente, o país caribenho quer se tornar exemplo de diversidade. O longa será exibido hoje, às 21h20, na Cinemateca (Largo Senador Raul Cardoso, 207) e no dia 3/11, às 23h10, no Cinema Sabesp (Rua Fradique Coutinho, 361).

Outro filme de Mocarzel, "Á Margem do Lixo", que fala da vida dos catadores de materiais recicláveis de São Paulo, exibido na Mostra em 2009, finalmente entrará em cartaz no circuito comercial no dia 4 de novembro.

Para rodar "Cuba Libre", o diretor viajou até a ilha caribenha acompanhado de uma convidada muito especial: a atriz cubana Phedra de Córdoba (que faz parte do grupo teatral Satyros). A atriz, que nasceu homem, volta a Havana pela primeira vez, 53 anos depois de deixar o país.

Apesar da ideia deste documentário ser louvável, o filme se perde em diversas histórias e não foca num tema que seria essencial para deixar o longa ainda mais emocionante: a busca de Phedra por seus familiares em Cuba. Nos primeiros minutos de projeção, vemos um encontro da atriz com alguns parentes. Chegamos a pensar que o documentário tratará apenas da busca da atriz por suas raízes. Mas, em seguida, o diretor corta para um encontro de homossexuais na capital cubana.

Enquanto isso, a história de Phedra é completamente abandonada. O documentário passa a entrevistar diversos gays e lésbicas da capital cubana para saber deles como é a vida sobre a ditadura castrista. Um grupo de gays, por exemplo, conversando com os diretores, chega a afirmar que duvidava que o homossexuais foram forçados a trabalhar nas plantações de cana.

O erro é prontamente corrigido por um outro gay, mais velho, que teve parentes que sofreram esse tipo de tortura. Esse mesmo cubano se define como revolucionário. "Sempre me disseram que homem não poderia ficar com homem. Desobedecer é ser revolucionário", diz ele.

A impressão que fica deste documentário é que o diretor foi descobrindo o que queria filmar a partir das histórias ia colhendo durante a viagem. O longa parece ter sido concebido como uma forma de registrar a passagem dos Satyros por Cuba, depois perceberam que Phedra tinha mais história para contar e lá pelas tantas, se deram conta de que os homossexuais têm mais liberdade hoje em Cuba do que há 50 anos. Ao final da projeção, parece que o diretor finalmente lembrou de Phedra e ela retorna para a história. As informações são do Jornal da Tarde.




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