Colocar o nome na placa é uma das coisas que mais animam os políticos. O teor e a finalidade da obra nem sempre importam, bom mesmo é ficar eternizado na inscrição comemorativa ao fato. O pensamento é que, no futuro, as pessoas vão olhar para o objeto e associá-lo ao feito. Se for uma construção grande então...

O destaque parece ser proporcional ao tamanho da área construída e, na convicção dos homens públicos, tal evidência pode ser transformada em votos, o combustível que move a maioria dos que ‘trabalham’ para a sociedade.

O inverso também ocorre. A atribuição de qualquer bem público a adversário, ou mesmo a parente de um desafeto, incomoda. Principalmente quando tal equipamento dá visibilidade em âmbito nacional e torna-se sede de disputas transmitidas para vários países em todo o planeta.

A tentativa em esconder a referência ao concorrente é a primeira tática. Em São Bernardo, isso fica evidente na citação aos dois últimos grandes eventos esportivos realizados: os jogos da Seleção Brasileira de Vôlei contra a Sérvia, pela Liga Mundial, e o Desafio das Campeãs de Handebol, entre Brasil e Noruega, neste fim de semana.

Nos sites das duas confederações nacionais (de vôlei e handebol), o local das disputas aparece como Ginásio Adib Moyses Dib. No portal da Prefeitura de São Bernardo, como Ginásio Poliesportivo.

A referência incompleta ao nome da praça esportiva e a intenção de que o local tenha o naming rights comercializado com empresa privada revelam a preocupação do governo Luiz Marinho em apagar traços do que foi feito em administração anterior à dele. Principalmente quando o homenageado é pai de um candidato declarado a disputar a Prefeitura da cidade na próxima eleição.

Vale lembrar que, em fevereiro, este Diário mostrou que a placa coincidentemente desapareceu da fachada dias após o filho do reverenciado ter admitido que entraria na disputa municipal.