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Programa contra exploraçao sexual recebe 1.300 denúncias em 3 anos
Do Diário do Grande ABC
21/12/1999 | 16:59
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Em três anos de existência, o Programa de Combate à Exploraçao Sexual, ligado ao Ministério da Justiça, recebeu 1.300 denúncias de abusos contra crianças e adolescentes mas apenas 5% resultaram em cadeia para os denunciados.

O levantamento é do SOS Criança Sexualmente Explorada, um serviço 0800 mantido pela Associaçao Brasileira Multiprofissional de Proteçao à Infância e à Adolescência (Abrapia), em convênio com o Ministério da Justiça.

Segundo o presidente da Abrapia, o pediatra Lauro Monteiro, o levantamento é subestimado porque se baseia, principalmente, em dados tomados no Rio e em Sao Paulo.

"As denúncias do SOS sao encaminhadas para os municípios de origem e cabe a eles investigarem se sao verídicas ou nao", afirma.

"Apesar do serviço ser nacional, só Rio e Sao Paulo, basicamente, é que nos dao retorno sobre a apuraçao das denúncias."

Para melhorar o serviço, a Abrapia e o Ministério da Justiça realizaram, no Rio, nos dois últimos dias um seminário de capacitaçao de monitores. Nessa primeira fase, foram capacitados 30 monitores, que cuidarao do serviço no Pará, Pernambuco, Distrito Federal, Santa Catarina e Rio. "Nossa idéia é que esses monitores acompanhem a apuraçao das denúncias nos municípios de origem", explica Monteiro.

O objetivo é capacitar 135 monitores até março para atuar nos 27 estados brasileiros. A Abrapia ficará responsável pela coordenaçao nacional do trabalho de monitoramento e, em cada estado, haverá uma entidade cadastrada no programa.

Hoje, segundo Monteiro, Rio e Sao Paulo sao os Estados com o maior número de denúncias de exploraçao sexual de crianças no país, com 269 registros de abusos em cada um.

As estatísticas sao de setembro, último mês analisado pela Abrapia.

O terceiro estado em número de casos é a Bahia, com 107 registros, seguida pelo Distrito Federal (80), Minas Gerais (78) Pernambuco (68), Ceará (64), Rio Grande do Sul (46), Paraná (45) e Rio Grande do Norte (41).

O presidente da Abrapia explica que 60% das denúncias atingem meninas entre 14 e 18 anos e que em 12% há vínculo familiar ou afetivo entre a vítimas e o aliciador, pelo menos 60% das 1.249.




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