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Economia (e preços) em alta
Silvia Cristina da Silva Okabayashi
13/06/2015 | 07:07
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Nos últimos meses não se fala em outra coisa que não seja sobre economia. Discute-se economia diariamente, em casa, na escola, no trabalho, no clube etc. Não é para menos. Ultimamente temos nos deparado com notícias como estas: Os juros aumentaram! A taxa do cheque especial está mais alta! Empresas estão demitindo! Funcionários entraram em lay-off! A inflação subiu!

O ato de discutir economia demonstra que estamos vivenciando intensamente questões que até pouco tempo estavam adormecidas.Entre essas questões destacam-se a falta de dinheiro e a redução no consumo. Associadas a estas, a poupança tem sido lembrada com frequência neste ano.

E por falar em poupança, estamos observando um esvaziamento das aplicações em cadernetas. Em 2015, em todos os meses, o volume de retirada de recursos superou o de depósitos. Isso pode ter alguns significados. Um deles é que o dinheiro não está sendo suficiente para cobrir as despesas mensais e que as famílias estão fazendo saques da poupança para conseguir pagar as contas. Há também as transferências de recursos antes investidos na poupança para outras aplicações financeiras mais rentáveis.

E por que o dinheiro não está dando? Uma resposta vem dos aumentos dos preços registrados nos últimos meses.... e vamos combinar que não precisa ser economista para saber que eles vêm aumentando muito. Basta ir à feira ou ao supermercado. E no açougue, então?!

A inflação no ano já chegou a 5,34% – IPCA Brasil. Em 2014 foi de 6,41% e no acumulado janeiro-maio/2014 atingiu 3,33%. Isto significa que nos últimos cinco meses nosso poder de compra foi reduzido em mais de 5%.

Outra hipótese é que o número de pessoas desempregadas também está aumentando. Segundo dados da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) para o Grande ABC, a taxa de desemprego em abril de 2015 foi de 12,1%. Na variação entre março e abril o aumento no número de pessoas desempregadas foi de mais de 15%.

Outro ponto relevante diz respeito à queda no rendimento médio dos trabalhadores. Na região, conforme dados da PED, entre março/2014 e março/2015 o rendimento caiu mais de 5%. Ou seja, há um aumento no número de pessoas com menos disponibilidade para o consumo e, principalmente, para a poupança.

Também é verdade que a quantidade de inadimplentes no mercado está crescendo. Dados do Banco Central revelam que o número de pessoas jurídicas e físicas que estão com débitos em aberto também está aumentando.

Para piorar o cenário, o Banco Central elevou novamente a taxa Selic, que está em 13,75% ao ano. Isso significa que tomar dinheiro emprestado também está mais caro, tanto para as famílias como para as empresas. Isso também aumenta os gastos do governo com a dívida interna.

O governo tem praticado uma política econômica contracionista, que visa a redução do consumo a partir de medidas fiscais e monetárias restritivas. Mas será que as pressões inflacionárias são oriundas de fato do excesso de demanda? Ou os preços estão aumentando porque as empresas não estão suportando a elevação dos custos de produção, como, por exemplo, a alta das tarifas de energia elétrica e dos combustíveis, e estão repassando esse aumento para os preços ao consumidor? 




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