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Cade dá aval para aquisição da Matte Leão Júnior
Bárbara Ladeia
Com AE
18/06/2009 | 07:00
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Mais uma operação de compra de empresas é aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Agora é a vez da Coca-Cola, que consegue autorização para aquisição da Matte Leão Júnior. Apesar da aprovação por unanimidade, a multinacional terá de abrir mão da joint venture firmada com a Nestlé para a produção da linha de chás Nestea.

Nesse segmento de bebidas não alcoólicas, o Cade considerou que haveria sério risco à concorrência, devido às marcas Nestea e Matte Leão serem duas das principais líderes do mercado, e por isso determinou que a Coca-Cola abra mão de sua participação na parceria com a Nestlé. As condições de venda dessa marca serão definidas em um Termo de Compromisso de Desempenho a ser assinado ainda hoje pela Coca-Cola com o Cade. Atualmente a Pepsico, da Ambev, é a única concorrente, com a linha Lipton.

Dessa forma, a marca Nestea não terá que ser vendida a outra empresa pois já pertence à multinacional suíça Nestlé. Agora a companhia terá que optar em manter sozinha a marca no País ou buscar outro parceiro para se associar. Com essa saída, o Cade acredita que o mercado de chás prontos se manterá em competição.

"A preocupação com o Cade é principalmente pela concentração de mercado. É preciso que haja diversificação no segmento", afirma Marcos Morita, especialista em negócios e marketing pela Fundação Getulio Vargas. Para ele, o objetivo da empresa é o ganho de escala de vendas, o que reduz os custos para a empresa. "É o mercado que mais cresce em bebidas não refrigerantes", aponta.

No entanto, apesar do mesmo questionamento em torno de um possível monopólio, a restrição não deve ser a mesma para o caso da Brazil Foods, resultante da fusão entre Sadia e Perdigão. "Provavelmente vão enxugar linhas de produtos, mas as duas marcas devem continuar existindo, pois são muito fortes", explica o especialista. "É um prejuízo para todo o setor, que perde em inovação, em criação de novos produtos e em competitividade de preços."

No entanto, a recente aquisição do Ponto Frio pelo Pão de Açúcar não corre o mesmo risco. "São processos diferentes. Nesse caso, o Pão de Açúcar não está comprando uma rede na mesma área de atuação que a sua, o que não fortalece a concentração", destaca Morita. A compra, inclusive já suscita outras. Ontem, o Grupo Silvio Santos, que se mostrara interessado na aquisição do Ponto Frio, adquiriu a rede paranaense Dudony, de eletrodomésticos, com 110 lojas no País.




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