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Hyundai comanda negócios no Brasil
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
07/08/2010 | 07:08
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A dança descontraída do vice-presidente senior da Hyundai para Américas, C. H. Han, arrancou aplausos da plateia formada por jornalistas e funcionários da montadora coreana convidados para participar da cerimônia de lançamento no Brasil do utilitário esportivo ix35 nesta semana em um resort de Florianópolis (SC).

Além de contraste à imagem de empresa avessa à imprensa, a alegria do alto executivo pareceu indicação clara de que a Hyundai está fincando diretamente os pés no País - agora sem ingerência do sócio basileiro, o Grupo Caoa.

"Nossa fábrica em Piracicaba, no interior de São Paulo, já está em fase de terraplenagem", adiantou ao Diário o executivo, baseado em Miami, nos Estados Unidos.

A previsão é de que, em dois anos a produção seja iniciada. "Vamos fabricar aqui um veículo que agregue toda a evolução tecnológica que projeta a Hyundai como fabricante respeitado no mundo."

Com a produção local, a Hyundai planeja para 2015 ser a quinta maior marca - atrás apenas das tradicionalissímas Fiat, Volkswagen, General Motors e Ford.

Han afirmou que estão em curso investimentos de R$ 1,1 bilhão na unidade, com capacidade inicial para produzir 100 mil veículos por ano.

O foco no interior paulista será carro compacto para disputar a maior fatia do mercado nacional.
Questionado sobre a sociedade local com o empresário pernambucano Carlos Alberto Oliveira Andrade, cuja sigla dá nome ao Grupo Caoa, Han foi polido ao confirmar que o sócio brasileiro continua como confiável partner (parceiro).

No modelo de negócio criado entre a Hyundai e a Caoa, cada um assume seu risco do investimento. "Assim como tudo que aplicamos em nossa fábrica de Anapolis, Goiás, foi por nossa conta e risco, em Piracicaba, tudo está sob orientação direta da Hyundai, sob conta e risco deles", afirmou o vice-presidente da Caoa/Hyundai, o brasileiro Annuar Ali, tido como braço direito do empresário Caoa.

Mas o que é ainda difícil de entender nessa relação é porque os coreanos desembarcaram nessa semana em Florianópolis para comandar a festa de lançamento do ix35, já que a Caoa é que praticamente comanda a distribuição do veículo, que também pretende produzir em Anapólis, assim como faz com o Tucson.

Indagado pela equipe do Diário, o executivo coreano foi um tanto evasivo. "Por enquanto, a Hyundai vai cuidar diretamente do mercado de carros de entrada no Brasil", limitou-se Han. "Mas é claro que estamos de olho em tudo que envolve a marca no País."

Para ele, a ideia de tornar-se a quinta maior marca do Brasil não está distante. "Já temos 3,5% das vendas. Logo estaremos chegando perto dos grandes. E produto de qualidade nós temos para incomodar a concorrência."

Um País para ainda ser compreendido pelos coreanos

Com muita dificuldade para entender português, uma equipe de técnicos e executivos coreanos comandou o lançamento do ix35, veículo que eles chamam de SUV compacto (Veículo Utilitário Esportivo, na sigla em inglês), em Florianópolis (SC).

A temperatura baixa na capital catarinense pegou de surpresa o grupo, que não esparava frio e garoa num País tropical. Naquela mesma terça-feira, nevou na serra catarinense. Apesar do clima, demonstraram simpatia e vontade de interargir com brasileiros.

Baseados em Miami, os técnicos e executivos coreanos fizeram questão de fazer a apresentação do ix35 em inglês, idioma que dominam por estarem representando os negócios da Hyundai nos Estados Unidos.

Produto global, o ix35 é aposta da montadora coreana para se firmar de vez como player global de respeito.

Na maioria dos 100 países em que é vendido, o ix35 é chamado de Tucson. Aqui o nome foi modificado porque o modelo antigo continua em produção, sob o comando da Caoa em Anapólis (GO). 




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