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Mercado de motopeças se reaquece
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
14/11/2010 | 07:30
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A recuperação da economia brasileira e a reativação do crédito impulsionaram o setor automotivo e também aceleraram as vendas de motos ao longo deste ano. Com isso, fabricantes de peças para motocicletas observam melhora nas vendas. No entanto, o movimento de crescimento não é generalizado, já que a concorrência com as peças importadas põe obstáculos para que a indústria de motopeças acompanhe o ritmo do setor de duas rodas.

Uma das que têm se saído bem é a multinacional alemã Kostal, que tem fábrica em São Bernardo. A empresa espera crescer em torno de 10% e chegar a R$ 285 milhões em vendas neste ano. Fabricante de sistemas elétricos para montadoras como Honda e Yamaha, a companhia vai abrir, no início de 2011, unidade produtiva em Manaus, para ficar mais próxima dos clientes.

Segundo o diretor de vendas e marketing da Kostal, Edson Furlanetto, além do interesse em reduzir custos, a empresa também já não contava mais com espaço disponível nas instalações da região para atender ao aumento da demanda. Haverá a transferência de linhas de produção para a fábrica amazonense, o que deverá propiciar, segundo a fabricante, economia de cerca de 5% em logística. Mas há planos de novas linhas para São Bernardo na área de autopeças, acrescenta o executivo.

Ele cita que a concorrência com os produtos importados tem dificultado a vida no setor. "O real está sendo apreciado e o custo local continua aumentando", observa.

Contraponto - Apesar do reaquecimento das vendas de motos no mercado interno - estão 11% maiores do que no mesmo período de 2009 - nem todas as indústrias de motopeças sentiram a retomada nas encomendas.

A Fischer Freios e Embreagens, de Ribeirão Pires, terá faturamento menor neste ano do que o registrado em 2009. Segundo o diretor comercial, Valério Valente, muitos produtos chineses chegam ao Brasil com "preços subfaturados", o que inviabilizou muitos negócios. Ele acrescenta que manter instalações na região também torna os custos mais elevados que das concorrentes brasileiras. A empresa faz investimentos em reegenharia, para baixar despesas e tentar sobreviver. A companhia, que existe desde 1980, fornece peças para Kasinski, Dafra, Trax e Fapinha.

Legislação favorece venda de antenas

Os negócios para a indústria Jojafer, de Santo André, que faz acessório para motocicletas, vão muito bem. Nesse caso, mudanças na legislação ajudaram a fabricante.

Seu produto consiste em antenas anti-cerol (ou seja, que evitam que as linhas das pipas machuquem os motociclistas) e, com a norma do Contran (Conselho Nacional do Trânsito) que tornou obrigatória a adoção desse item pelos motoboys, suas vendas dispararam.

A regra foi aprovada em julho de 2009, com prazo para a entrada em vigor depois de um ano. Isso significa que o dispositivo já teria de ser adotado pelos profissionais que fazem entregas em duas rodas.

A Jojafer deve crescer 30% neste ano, assinala o supervisor administrativo, Luciano Cassiano. Atualmente, com volume de produção de 20 mil antenas por mês, a fabricante planeja investir para ampliar a produção. "A procura é grande", afirma.

Cassiano destaca que a antena anti-cerol da empresa tem diferencial. "É a única patenteada no Brasil", afirma.

E há expectativa de que os negócios da fabricante ganhem impulso adicional. Isso porque tramita no Congresso Nacional projeto de lei para que todos as motos saiam de fábrica com o dispositivo.




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