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Prefeitura de Diadema deixa concursados na mão
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
25/11/2009 | 07:11
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Exatamente um ano antes das eleições municipais de 2008, a Prefeitura de Diadema realizou concurso público para a GCM (Guarda Civil Municipal). O edital previa contratação inicial de 50 novos postos, com direito a lista de espera dos primeiros 300 colocados. Porém, dois anos depois da homologação, o prazo do certame expirou domingo. Detalhe: sem a nomeação de nenhum candidato aprovado.

O Diário solicitou à Prefeitura ontem o número de inscritos no processo seletivo, que teve taxa única de inscrição de R$ 42,90. A administração municipal não informou esse item. Candidatos ouvidos pela reportagem apontaram pelo menos 1.200 inscritos, que representariam cerca de R$ 51.480 aos cofres públicos.

O concurso público foi homologado em 22 de novembro de 2007, pelo então prefeito José de Filippi Júnior (PT). A validade era para mesmo dia e mês de 2008. No entanto, sofreu única prorrogação em 5 de outubro do ano passado, coincidentemente no dia em que o ex-deputado estadual Mário Reali (PT) foi eleito prefeito de Diadema pela primeira vez.

Dessa forma, a nova validade do certame para contratação dos 50 primeiros classificados mudaria para 22 de novembro, prazo que se encerrou domingo. Do total, 25 vagas para homens e 25 para mulheres.

Desempregado, Ricardo Oliveira França é um dos aprovados em 2007. Ele ficou na 20ª colocação na categoria 3ª Classe (quando o guarda-civil municipal entra para a corporação), segundo a lista de aprovados publicada pela Prefeitura. "Eu me preparei um ano antes do concurso, com treinamento e até comida especial para a prova física. Sem falar nos dias em que estudei de madrugada e nos fins de semana", recordou.

Caso semelhante de Ana Paula Rodrigues Lopes, moradora em Diadema e que é uma das 23 mulheres aprovadas no concurso. "Falei com todo mundo, de prefeito, secretários e vereadores, e nada", desabafou.

Ambos os candidatos impetraram mandados de segurança na Justiça (veja reportagem nesta página).

"No mínimo, pode-se dizer que é falta de responsabilidade", afirmou Milton Capel (PV), vereador da base governista e um dos que foram à tribuna para criticar o fato de a Prefeitura não ter chamado qualquer candidato aprovado.

Para o verde, trata-se de direito daqueles que venceram. "Lamentavelmente, não houve esforço algum por parte da Prefeitura. Quantos candidatos humildes pagaram taxa de inscrição, passaram e ficaram vendo o concurso caducar agora", acrescentou Capel.

Informada pela reportagem ontem que o concurso havia caducado, a vereadora Irene Santos (PT) se mostrou surpresa. "Vou falar com o João Garavelo (secretário de Gestão de Pessoas)", garantiu.

A Prefeitura informou, por nota, que "se pautou na legislação vigente e em conformidade com os critérios expressos no edital".

 




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