Natasha Vitória Fernandes de Oliveira, 6 anos, de Diadema, curte comer pipoca na frente da televisão. Quando vai ao cinema com os pais, também não dispensa um balde cheinho da guloseima. "Não gosto muito de pipoca doce, porque prefiro comidinhas salgadas. Também adoro pizza", diz.

O grão de milho é formado por água e uma substância gelatinosa chamada amido. Para transformar o milho em pipoca é preciso que o grão passe por processo de grande aquecimento. É que após um tempo no fogo, a água que está dentro do grão se transforma em vapor (estado de uma substância líquida que se transforma em gás depois de aquecida em alta temperatura). Esse vapor faz tanta pressão que acaba estourando a casca que protege a semente. Essa casca é resistente, mas a pressão da água é muito grande.

A pipoca é, na verdade, o amido do milho cozido, que absorve o vapor e aumenta de tamanho. Em contato com o ar, o amido gelatinoso se solidifica, transformando-se na espuma branca que comemos. Esse processo é semelhante ao que ocorre com a panela de pressão de casa; ou seja, a casquinha que envolve o grão impede a saída de vapor de água, até que a pressão limite seja atingida.

Para estourar, o milho tem de chegar a uma temperatura acima de 100° C (100º é a temperatura que faz a água ferver). Mas o tempo varia; em geral, são necessários cinco minutos para transformar 100 gramas de grãos em pipoca. No micro-ondas, ocorre o mesmo processo, mas em menor tempo. Nesse caso, o saquinho faz a tarefa da panela. O óleo, a manteiga ou a margarina servem para ajudar a aumentar a temperatura interna do grão, mantendo o calor e facilitando o estouro.

Ficou com vontade de comer?
Seja doce ou salgada, é sempre delicioso devorar uma tigela de pipoca enquanto assiste ao programa favorito na TV. Que tal prepará-la no micro-ondas usando grão comum? É possível sim! Mas antes de iniciar a tarefa, peça ajuda a um adulto.

Ingredientes: 2 colheres (sopa) de margarina, 3 colheres (sopa) de água, meia xícara (chá) de milho para pipoca, 1 colher (sopa) de orégano, queijo ralado e sal.

Preparo: Coloque os ingredientes (menos o queijo) em uma tigela grande. Tampe com filme plástico, faça alguns furinhos com garfo e leve ao micro-ondas por cerca de dez minutos ou até os grãos estourarem. Retire o plástico com cuidado para não se queimar. Se for preparar a receita no fogão não coloque água e use uma panela. Tampe a panela e espere que todos os grãos estourem. Depois salpique queijo ralado por cima.

Curiosidades
O grão de milho que não estoura é conhecido por piruá ou mururu. Ele não vira pipoca quando a casquinha está furada porque o vapor de água escapa pelo buraquinho durante o aquecimento. O grão também não estoura quando não há quantidade necessária de água, que é de cerca de 15%. Se tiver menos, não cria vapor suficiente para pressionar a casca que reveste o grão e estourar. Mas se tiver mais água, o grão estoura antes do tempo necessário para o amido cozinhar.

O milho é um cereal cultivado em várias partes do mundo e usado como alimento humano e ração para animais, devido às qualidades nutricionais que possui. Os Estados Unidos são os maiores produtores de milho. No Brasil, São Paulo e Paraná são os Estados que lideram o cultivo.

Nem todo milho vira pipoca. Há grande variedade de espécies, com formato, tamanho e cor de grãos diferentes, como branco, amarelo, vermelho, marrom e até azul. O mais utilizado para pipoca é o Zea mays L., com grãos pequenos e casca dura. Cada espiga tem cerca de 200 grãos. Os mais comuns são os redondos e amarelos.

Não se sabe ao certo quando a pipoca surgiu, mas há registros com mais de 5.000 anos. Foram os índios que viviam no México que descobriram que o milho estourava quando aquecido. Eles colocavam a espiga inteira em um espeto e a levava ao fogo. Depois, passaram a jogar os grãos soltos diretamente na fogueira. Ainda cozinhavam o milho numa panela de barro cheia de areia quente.

A palavra pipoca vem do tupi-guarani e significa ‘estalando a pele'. Deu origem ao verbo pipocar, que indica surgir, aparecer de repente, estourar.

Consultoria da professora Maria Raquel Manhani, da Universidade São Judas Tadeu