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Cia. do Nó cria e vence desafios
Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
26/12/2000 | 18:14
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Companhias teatrais independentes nao sao exatamente uma novidade no Grande ABC. Grupos como o GTC e o Teatro de Alumínio cresceram, tiveram seu auge e depois desapareceram, engolidos principalmente pelas constantes dificuldades financeiras. Hoje, contrariando todos os prognósticos, a Cia. do Nó, em Santo André, completa um ano e meio de existência mostrando que ainda é possível, sim, lutar por um bom teatro no Grande ABC.

Ao longo desse tempo, o grupo realizou diversos espetáculos e recebeu convidados de peso em sua sede, como os atores Milton Andrade e Celso Frateschi.

O mais interessante é que o trabalho todo, de ponta a ponta, é feito pelos sete integrantes. "Aqui temos dramaturgo, diretor, ator, produtor, tudo", esclarece Esdras Domingos, de 36 anos e cerca de 15 dedicados ao teatro. "Aqui é como uma cooperativa, todo mundo faz tudo".

Ele é um dos veteranos da equipe, ao lado de Marcelo Gianini, com quem trabalhou no Teatro do Abaporu, de 1984 a 1982, na regiao.

Douglas Araújo e Carina Prestupa, sao, além de atores, empresários na Artes'n'Actos. Renata Moré e Mônica Cardella vieram do Núcleo de Estudos Teatrais do colégio Singular e Rogério Cesar (que é o mais novo na profissao, com quatro anos), da Escola Livre de Teatro.

Patrocínio e solidariedade - A fórmula que a companhia utilizou para crescer neste um ano e meio nao tem mistério: esforço, dedicaçao e muita persistência. A princípio, colocaram dinheiro do próprio bolso. Aos poucos, porém, engordaram a receita, com a bilheteria e as oficinas ministradas na sede.

Por diversas vezes, a Cia. do Nó contou com a solidariedade de terceiros. "Os artistas Cassio Castelan e Solange nos doaram os tablados", conta Domingos. "O Singular nos deu 40 cadeiras, que reformamos e pintamos", completa Renata.

Mas o grande incentivo veio da Prima Saúde, única que acreditou na companhia a ponto de contribuir com uma verba mensal, fundamental para o grupo. Os outros dois patrocinadores - Hanpa Express Bureau e Traço Estúdio - colaboram oferecendo serviços.

Hoje, ainda falta verba e sobram desafios. Mas ninguém desanima: "Aqui, ninguém fez teste para comercial nem procurou a Globo ou o SBT. Queremos fazer um teatro forte, baseado em pesquisa, e criar temporadas em nosso espaço", afirma Domingos.

"A gente acredita no que faz, sabe que vai dar certo, e por isso nao há corpo mole". A Cia. do Nó fica na av. Lino Jardim, 1.032, Santo André. Tel.: 4427-3453.




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