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Fábrica da GM entra em estado de greve
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
07/09/2011 | 07:30
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André Henriques/DGABC


Em assembleia realizada ontem, pela manhã e à tarde, na porta da fábrica da General Motors de São Caetano os trabalhadores da montadora no município aprovaram estado de greve, após rejeitarem a proposta salarial patronal. Com a aprovação do estado de greve, o sindicato avisa a empresa de que, se não houver melhora na oferta, haverá paralisação.

A montadora havia oferecido, na segunda-feira, em reunião com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano e também com o de São José dos Campos, abono de R$ 2.000 e a reposição da inflação pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais 2% de aumento real - o que daria, de acordo com o INPC de agosto, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ontem, 9,55% de reajuste e não 9,41% (essa era uma estimativa).

Depois da assembleia, os metalúrgicos da GM fizeram atos de protesto, por duas horas pela manhã e por mais duas horas à tarde, em frente à fábrica do Grande ABC. Segundo o sindicato, a mobilização envolveu cerca de 5.000 empregados, do primeiro turno e do terceiro turno, no primeiro ato, e outros 2.000, no segundo. A companhia tem, ao todo, 12,3 mil funcionários na região.

A intenção, agora, é cumprir o prazo legal de aviso de greve, de 48 horas, sem incluir nessa conta o feriado de hoje, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão. Ele avalia que a empresa - que faz investimento de mais de R$ 5 bilhões de 2008 a 2012 para se modernizar - tem condições de ampliar sua oferta, mas se isso não ocorrer será convocada assembleia para sexta-feira para aprovar a paralisação por prazo indeterminado.

A GM, por sua vez, informou ontem que as negociações ainda estão em andamento.

A expectativa dos representantes dos trabalhadores é de que a montadora ofereça, pelo menos, 10% de reajuste, que foi o percentual oferecido à categoria para as montadoras instaladas em São Bernardo, cuja base é do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Cidão acrescenta que a empresa alega, para não ampliar a proposta, que os pátios de carros estão lotados e que a indústria nacional é prejudicada pela concorrência com os veículos importados, mas isso, segundo o dirigente não é culpa da categoria. "Não se pode transferir essa responsabilidade para o trabalhador", disse.

A parada de quatro horas ontem ajuda a reduzir um pouco mais os estoques. Estima-se que a empresa deixou de produzir cerca de 170 veículos.

SÃO JOSÉ - Enquanto os trabalhadores da GM de São Caetano fizeram atos de duas horas, pela manhã e à tarde, os cerca de 9.000 empregados da empresa em São José dos Campos decidiram cruzar os braços por 24 horas, em protesto pela proposta (o INPC mais 2%) apresentada pela montadora. Cidão citou que, no caso da unidade do Interior, o sindicato local já havia comunicado, com antecedência, o estado de greve.




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