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Remédio traz esperança às vítimas de câncer
Do Diário do Grande ABC
05/02/1999 | 12:40
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Cancerologistas de todo o mundo estao reunidos até esta sexta-feira em Paris no Nono Congresso sobre tratamentos anticancerosos, manifestaram suas esperanças na herceptina, o primeiro desses sofisticados medicamentos que pode revolucionar o arsenal terapéutico contra o câncer, em particular o câncer da mama.

"Os testes realizados nos Estados Unidos demonstram que, ao reduzir os tumores malignos de maneira significativa, esses anticorpos triplicam as possibilidades de melhora dos pacientes", explicou o professor David Khayat, co-presidente deste congresso e chefe do serviço de cancerologia do hospital Pitié-Salpetriere de Paris.

"Trata-se de um medicamento de uma importância capital, totalmente diferente dos outros por sua concepçao e sua funçao e é somente o primeiro de uma lista que sem dúvida vai ser ampliada", explicou o professor Gabriel Hortobagyi, encarregado do departamento de cancerologia do Centro MD Anderson de Houston (Texas).

Os resultados obtidos por estes anticorpos foram apresentados pela primeira vez em Los Angeles em maio de 1998, no tratamento do câncer de mama.

Segundo os especialistas entrevistados, além de ser eficiente, este tratamento tem a vantagem de carecer dos efeitos secundários geralmente devastadores do tratamento com quimioterapia, como a queda do cabelo ou a destruiçao dos glóbulos sanguíneos.

A elaboraçao desta terapia, explicou o professor Khayat, se baseou em um dado observado nas pacientes: entre 20 e 30% das mulheres afetadas ppor um câncer de mama de prognóstico grave têm em suas células uma quantidade excessiva de um receptor específico.

A excessiva quantidade desse receptor se traduz por uma superproduçao de uma proteína que, por sua vez, produz uma multiplicaçao descontrolada das células, desencadeando o câncer.

A partir dessa comprovaçao, um cientista norte-americano, o dr. Dennis Slamon, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (Ucla), conseguiu preparar um anticorpo monoclonal, espécie de míssil tratado para nao ser rejeitado pelo organismo, que é dirigido especificamente contra as células malignas e as destrói, sem afetar as células sas.

Segundo os resultados apresentados pelo dr. Slamon no Congresso realizado em Paris, a herceptina associada a uma quimioterapia duplica os resultados (reduçao do tumor) obtidos apenas com a quimioterapia.

"Nao somente a herceptina superou nossas esperanças no tratamento do câncer de mama, mas também achamos que pode ser eficaz contra certos cânceres de útero, considerando que 20% das mulheres que sofrem de câncer de útero apresentam a mesma anomalia", declarou o dr. Slamon. <

Outro anticorpo monoclonal parece também sumamente prometedor para o tratamento dos linfomas, os cânceres de gânglios, acrescentou.




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