A produção industrial paulista completou o quarto mês consecutivo de estagnação, ao registrar queda de 0,1% em junho frente a maio. O dado é do Indicador de Nível de Atividade, divulgado ontem pela Federação e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.

O desempenho das fabricantes preocupa especialistas e representantes do segmento. Para o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, Rogério César de Souza, junto com dados como a utilização da capacidade instalada, que também caiu (de 83,8% para 83,2%), e o nível de estoques, que registrou alta, o cenário que se desenha não é "nada positivo".

Entre os segmentos, a área de veículos registrou variação negativa de 3,7% na produção mensal e, a de máquinas, queda de 0,8%.

O diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp, Paulo Francini, observa ainda que o aumento das vendas reflete, por sua vez, a influência do efeito cambial. A indústria, segundo ele, está complementando sua linha de produção doméstica com a importação.

Francini assinala que embora a taxa cambial seja determinante no desempenho da atividade das empresas há outras "agressões", como o custo do crédito. Souza vai além: "O câmbio deixou as indústrias nuas, pois mostra que (as empresas brasileiras) não têm competitividade, em meio aos problemas do Custo Brasil." Ele explica que, mesmo que as companhias invistam para elevar a produtividade, a alta carga tributária, o custo do capital e a carência de infraestrutura tornam desigual a concorrência com o importado.

PROJEÇÃO - Francini projeta que a indústria paulista neste ano terá alta de 3,5% neste ano, crescimento que ele considera medíocre. De janeiro a junho, o INA teve variação de 3,4% frente ao mesmo período de 2010.