O ex-prefeito de Santo André Aidan Ravin (PSB) aposta no PV como cartada alternativa e derradeira para assegurar seu projeto de candidatura própria na sucessão de Carlos Grana (PT), na disputa eleitoral de 2016. Com as portas praticamente fechadas no PDT – primeira tentativa de acordo por ser sua ‘antiga casa’, quando se elegeu vereador em 2004 – e receio de que o voo solo no PSB sofra resistência interna e, consequentemente, desprestígio no pleito, o socialista conversou com integrantes da cúpula estadual verde na semana passada no intuito de abrir portas e garantir a proposta ao Paço.

Dirigentes do PSB são categóricos ao afirmar que há compromisso por adesão ao nome de Aidan em Santo André. Em contrapartida, a falta de apoio eleitoral de outras lideranças à sua campanha no ano passado, quando ele foi candidato a deputado federal, gera desconfiança no grupo – obteve 50.473 votos apenas dois anos depois de deixar o Paço e não alcançou uma vaga no Congresso Nacional. O ex-prefeito evitou falar em mudança partidária, porém confirmou as tratativas e elogiou a sigla. “Houve diálogo amistoso (no encontro). O PV é partido que me agrada há muito tempo. Tenho carinho.”

Aidan despistou ao frisar que usufruiu da situação para tentar reforçar o arco de alianças, que “precisa de apoio mais forte”. “Aproveitei essa aproximação para indicar que podemos disputar a eleição juntos”, disse, ao citar reunião com a coordenadora regional, Vera Motta, e relação de proximidade com o vereador Donizeti Pereira (PV), que deu suporte informal ao ex-prefeito no último páreo municipal, embora o partido tenha firmado coligação na chapa de Nilson Bonome (PMDB). “Fui vereador ao lado dele (de 2004 a 2008) e ele foi parceiro quando fui prefeito (2009-2002).”

Vera alegou que “não há problema em conversar” e tratar sobre “a vontade do ex-prefeito”, contudo minimizou qualquer encontro neste sentido até agora. “Podemos discutir questão eleitoral, só que vamos respeitar a instância municipal e o nosso vereador”, comentou. Donizeti, por sua vez, mencionou que deve ter bate-papo entre hoje e sexta-feira com Aidan a convite do socialista. “Terei essa reunião. No momento, avalio que colocar o PV como uma das opções é complicado, pois se fosse a alternativa seria mais plausível”, afirmou, defendendo projeto de candidatura própria.

Donizeti ponderou, entretanto, que nenhum panorama deve ser descartado. Para o parlamentar, “não existe cenário impossível”. “É questão de dialogar dentro do partido. Não há nada de concreto. Agora vejo tudo como especulação. Já ouvi sendo cogitado também de apoio ao Paço (prefeito Carlos Grana, PT).”