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Obras das prefeituras para o Tamanduateí são de longo prazo

Segundo a especialista da USCS Marta Marcondes, os projetos que vão tratar o esgoto são bem-vindos, mas, por enquanto, têm reflexo tímido

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
09/06/2015 | 07:07
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Andréa Iseki/DGABC


As prefeituras das três cidades por onde passa o Rio Tamanduateí, com extensão de 35 quilômetros, têm iniciativas para recuperá-lo, porém, conforme a bióloga e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Marta Ângela Marcondes, elas são tímidas e não há resultados a curto prazo.

Em Mauá, a Odebrecht Ambiental, responsável pelo esgotamento sanitário, está reduzindo gradativamente o despejo no leito. Segundo a empresa, a nascente, no Parque Ecológico da Gruta Santa Luzia, está livre do efluente que era lançado em seu leito e os primeiros resultados das obras de ampliação do sistema podem ser observados nos córregos Água Espraiada, Taboão e Itrapõa.

“Há obras sendo feitas, mas a diferença na água entre a nascente e o leito ainda é muito grande. Na gruta o oxigênio é 10 mg/l, e no primeiro quilômetro pode chegar a 1 mg/l”, disse a professora.

Atualmente, Mauá possui índice de coleta de esgoto de 90%, sendo que 9% são tratados. A meta é que ao longo de 2015 a cidade alcance 100% de esgoto coletado. Segundo a empresa, com isso, os nove quilômetros do Tamanduateí ficarão livres do lançamento de esgoto em estado bruto graças à ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Mauá.

A empresa também cita a adoção da captação do efluente em tempo seco e tubulação de ferrocimento, em fase de implantação. Serão mais de 3.000 imóveis em áreas irregulares que terão coleta.

Santo André, que concentra 12 córregos com afluência no Tamanduateí, tem parceria com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para tratar 45% dos 98% coletados. O custo total é de R$ 44 milhões.

“Queremos tirar os lançamentos das bacias que são afluentes do Tamanduateí e encaminhar para a Sabesp. O projeto começou em 2008 e a expectativa é que até 2022 100% do que é gerado sejam tratados desse jeito”, disse o diretor de planejamento de obras do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Roberto Silveira Júnior.

Projeto piloto no valor de R$ 1,4 milhão está sendo executado no Córrego Comprido, que tem sete quilômetros. Através de um robô, câmeras estão mapeando toda a extensão, identificando ligações ilegais e possíveis reparos. “Começou no fim de 2013 e a nossa intenção é expandir para outros córregos. A gente quer ver se termina isso até dezembro. Também vamos urbanizar a margem do rio e desenvolver trabalho de educação ambiental com a população”, afirmou o diretor.

Para Marta, a iniciativa é bem-vista. “Infelizmente, percebemos na cidade o reflexo desse esgoto que não é tratado. Há muito entulho e lixo jogado nos leitos, por isso, também é fundamental a conscientização.”

O DAE (Departamento de Água e Esgoto de São Caetano) afirmou que coleta e trata 100% do efluente da cidade. Porém, conforme a especialista, a água ainda apresenta qualidade ruim. “Ela entra em São Caetano e sai da mesma forma, o que significa que não melhorou e não piorou. Devem existir algumas ligações irregulares e vazamentos que não foram detectados, é o que explica isso. O Córrego dos Moinhos, único afluente do rio localizado no município, tem péssima qualidade”, afirma. 




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