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No 2º dia, greve cresce em Diadema
Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
30/04/2011 | 07:19
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O segundo dia de greve no funcionalismo público de Diadema começou com os ânimos quente durante a manhã de ontem. Em cinco ônibus e um caminhão de som, cerca de 2.000 servidores participaram de protestos e passeatas partindo da sede do Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema) até o bairro Eldorado, onde ocuparam uma escola e divulgaram as condições da negociação com o prefeito Mário Reali (PT). Em relação ao primeiro dia, a adesão à greve cresceu.

A primeira parada ocorreu às 11h, nas escolas municipais Chico Mendes e Tarsila do Amaral (as unidades ficam de frente uma da outra), no Sapopema. Na primeira, cerca de 200 servidores adentraram ao colégio aos gritos de "para, para, para", já que algumas turmas de alunos de 4 anos estavam tendo aulas.

Com a aula interrompida, alguns estudantes se assustaram com o tumulto e choraram. A professora que lecionava no momento disse que iria deixar de trabalhar na segunda-feira e reclamou do "susto" nas crianças. Já na Tarsila do Amaral, a categoria foi barrada por uma funcionária terceirizada - empresa de segurança Centur - que trancou o portão. Um grupo de três servidores esbravejou na porta e gerou um pequeno tumulto.

Também professora, Claudia Cristina Vitae entrou sozinha na escola e conversou com as professoras que ainda trabalhavam. "Elas foram bem receptivas, mas disseram que estavam com medo do desconto dos dias parados. Expliquei que essa é uma luta nossa, que temos que brigar pelo aumento. Elas se comprometeram a parar na segunda-feira", disse.

Servidores também protestaram na UBS (Unidade Básica de Saúde) Eldorado, que atendeu apenas urgências, como prevê a lei de greve.

Apesar da paralisação não atingir 100% da rede educacional do município, um fato que evidenciou o fortalecimento do movimento foi o cancelamento de uma série de cursos que seriam oferecidos pela Prefeitura aos professores. "Se eles dizem que a greve não tem adesão, por que cancelaram os cursos?", avaliou a presidente do Sindema, Jandyra Uehara.

A direção do sindicato não fechou o balanço de adesão. "A tendência é o movimento crescer, não perdemos adesão. Houve, sim, muita pressão dos diretores para os funcionários não pararem", disse Jandyra.

A Prefeitura de Diadema considerou que houve queda no movimento grevista e destacou que nenhuma unidade de Saúde deixou de atender.

O Sindema quer 11% (6,36% correspondem à inflação) de reajuste salarial. O governo oferece 2% somente em dezembro deste ano e ao todo 10,4% pagos em parcelas de 2% até meados de 2012.




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