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Políticos e admiradores acompanham enterro de Montoro
Do Diário do Grande ABC
17/07/1999 | 14:53
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O corpo do ex-governador e deputado federal de Sao Paulo André Franco Montoro, 83 anos, foi sepultado neste sábado, às 10h55, no Cemitério Gethsemani, no Morumbi, sob uma salva de tiros de fuzil - honras de chefe de Estado - e aplausos de familiares, amigos, políticos e admiradores anônimos. A última homenagem foi prestada por Mônica, uma de suas filhas. Ao lado da mae, D. Lucy, com a voz embargada - enquanto o caixao descia ao túmulo, coberto pela bandeira paulista -, Mônica leu uma poesia que fizera para o pai, em seu 80º aniversário, em 1996. Falou do homem que lutava sem cansaço da "alma de menino" e do "herói sem poçao mágica."

Acompanharam o enterro ministros - Paulo Renato Souza (Educaçao), José Serra (Saúde) e Francisco Weffort (Cultura) -, o governador Mário Covas, secretários de Estado, deputados, senadores , situaçao e oposiçao. Entre os senadores Eduardo Suplicy e a ex-deputada federal Marta Suplicy, do PT. Faixas do Sindicato dos Metalúrgicos de Sao Paulo ("Você foi grande"), da Força Sindical ("Obrigado por sua grandeza"), do Sindicato dos Trabalhadores da Construçao Civil ("Adeus a um dos construtores da democracia") ornavam a alameda principal do cemitério.

"Montoro foi um dos maiores líderes desses 50 anos e foi o maior responsável pela democratizaçao", disse Paulo Renato. Para José Serra, Montoro foi "o maior criador de homens públicos de Sao Paulo", disse. "Muita gente se formou com ele, seguindo seu exemplo, sob a sua liderança."

Mestre - Serra falou dos laços entre Montoro e o presidente Fernando Henrique Cardoso, que ficou cerca de meia-hora no velório, no Palácio dos Bandeirantes, mas nao foi ao enterro. "Era um vínculo pessoal, desde 1978 estavam juntos, companheiros de luta e unidos na compreensao dos problemas brasileiros", relatou o ministro. Montoro também foi seu mestre: na política: "Ele me ensinou a ter paciência, humildade perseverança, espírito de luta, dignidade, honestidade, uma escola."

Covas, nomeado por Montoro prefeito da capital paulistal em 1985 - descreveu o amigo como um homem que "tinha grandeza, nao pensava mesquinho", disse. Certa vez, ambos - Covas prefeito e Montoro governador - debateram sobre uma questao da Comgás. "Ele deixou claro que o espírito público tem de estar acima dessas coisas."

No velório, pelo menos duas mil pessoas ocuparam o saguao principal da sede do governo paulista a partir de 8 horas. Fernando Henrique chegou às 9h30. Cumprimentou d. Lucy e os filhos do ex-governador. O ministro das Comunicaçoes, Pimenta da Veiga, disse que a morte de Montoro "é uma perda extraordinária, sua memória será uma referência permanente."

O bispo emérito de Bauru, Cândido Padin, monge do Mosteiro de Sao Bento, deu a bênçao e destacou o "trabalho realizado por Montoro para o povo de Sao Paulo."




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