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EUA não convecem Rússia sobre sistema antimísseis
Das Agências
19/05/2001 | 17:02
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O ministro russo de Relações Externas, Igor Ivanov, afirmou neste sábado em Washington que a Rússia "não está convencida" com os argumentos norte-americanos a favor de um sistema de defesa antimísseis balísticos, mas assegurou que deseja continuar as negociações.

Ivanov confirmou à imprensa, durante uma visita de dois dias a Washington, que suas reuniões foram centradas na preparação da primeira reunião entre o presidente norte-americano, George W. Bush, e seu colega russo, Vladimir Putin, prevista para 16 de junho na Eslovênia.

O chefe da diplomacia russa mesclou meticulosamente em suas declarações a vontade de diálogo com os Estados Unidos e o ceticismo em relação aos argumentos desse país para desenvolver um projeto que perturbará o equilíbrio estratégico mundial.

Ivanov destacou particularmente que Moscou considera o tratado Antimísseis Balísticos (ABM), assinado em 1.972 pelos Estados Unidos e a Rússia, como o pilar da política de dissuasão nuclear.

Washington, por sua parte, queria revê-lo ou abandoná-lo para poder iniciar seu projeto de um sistema de interceptação de mísseis, impossível de ser realizado em virtude do tratado citado.

A insistência dos Estados Unidos em dar maior importância à ameaça que representam os programas de mísseis de países como Coréia do Norte ou Irã não foi suficiente para convencer os russos.

"O raciocínio segundo o qual as potenciais ameaças exigem o desmantelamento de todos os acordos de desarmamento e o questionamento sobre o regime de não proliferação não conseguiram nos convencer, não mais do que a maioria dos outros países do mundo", declarou Ivanov.

"Há uma quantidade importante de perguntas pendentes para os Estados Unidos, relativas à 'nova arquitetura da estabilidade estratégica', que não são claras", acrescentou Ivanov, que também destacou o fato de que Washington ainda não apresentou uma agenda, nem modalidades técnicas para seu projeto antimísseis.

Ivanov assegurou que o tratado ABM, qualificado nesta sexta-feira pelo secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, como uma relíquia da Guerra Fria, ainda funciona como "uma ferramenta eficaz".

"O tratado não atrapalha, mas sim, ao contrário, facilita os esforços para responder as ameaças modernas e os desafios da segurança internacional", concluiu Ivanov.




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