Economia Titulo Calotes
Inadimplência está em queda no Grande ABC
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
26/05/2015 | 07:04
Compartilhar notícia


O percentual de dívidas em atraso dos consumidores do Grande ABC segue se retraindo, aponta pesquisa da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). No primeiro quadrimestre, na comparação com mesmo período de 2014, o recuo foi de 1,9%, um pouco menos do que o observado no Estado de São Paulo (-3,2%). Em todo o País, há praticamente estabilidade (-0,3%).

A diminuição da inadimplência é reflexo da queda no consumo, pela cautela da população em fazer compras a prazo e pelas restrições dos bancos na oferta do acesso ao financiamento, segundo o assessor econômico da Boa Vista, Flavio Calife. “Diminuindo a demanda, cai também a dívida, porque o percentual se baseia no volume de operações de crédito”, explica.

Na comparação de abril em relação a igual mês do ano passado, a retração no número de calotes (atrasos de mais de 90 dias) é ainda maior: queda de 7,9% no Grande ABC e 10,3% no Estado. Quando são analisados os últimos 12 meses, a redução foi de 2,9% na região e, no Estado, o número de calotes praticamente não caiu (-0,4%). No Brasil todo, cresceu 1,1%, por essa comparação.

Calife avalia, no entanto, que a tendência é de inversão desse movimento de queda na região, ou seja, a inadimplência deve subir ligeiramente nos próximos meses. “Esse quadro deve piorar um pouco ao longo do ano; o que deve puxar para cima são a alta dos juros e a retração no mercado de trabalho”, diz.

RECUPERAÇÃO - O estudo da Boa Vista SCPC traz ainda o indicador de recuperação de crédito do consumidor, que mostra retração de 6,9% no quadrimestre em relação ao mesmo período de 2014. Em todo o Estado, a redução foi semelhante (de 7%). Por sua vez, no País, houve recuo de 1,9% na procura da população para limpar o nome e voltar a adquirir a crédito, com a exclusão dos registros de inadimplência.

“É até mais preocupante. Isso ocorre porque o orçamento das famílias está mais apertado, por causa da inflação e dos juros altos, que dificultam a renegociação da dívida”, afirma o assessor econômico. “Os consumidores estão protelando o pagamento de dívidas atrasadas, preferindo honrar os débitos atuais”, acrescenta.
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;