A mais recente conspiraçao para matar Castro, de 72 anos de idade, foi abortada no Porto, Portugal, onde o líder participou da VIII reuniao de cúpula ibero-americana e em atos públicos de solidaridade a Cuba, um deles junto com o Prêmio Nobel de Literatura português José Saramago.

Castro foi alvo de 637 conspiraçoes nos últimos 41 anos, de acordo com uma queixa apresentada há mais de um mês em Havana contra o governo americano, o qual é acusado de ter provocado 5.000 vítimas na ilha desde 1959.

No processo judicial, que começou dia 5 de julho passado em Havana, revelou-se que Castro esteve na mira telescópica em várias viagens feitas ao exterior, inclusive durante visita a Nova Iorque em 1960, onde foi descoberta uma bomba na tribuna que o líder cubano ocuparia.

Alguns planos fracassaram a ``poucos metros' do objetivo, de acordo com oito organizaçoes sociais ligadas ao regime cubano que exigem a Washington um pagamento de 181 bilhoes e 100 milhoes de dólares pelos danos causados.

Segundo a denúncia, o Departamento de Ciência e Tecnologia da CIA tentou todo o tipo de estratégia para acabar com a vida de Castro, inclusive meios tóxicos e bacteriológicos. As histórias sobre os planos para assassinar Castro parecem tiradas de filmes, ao estilo de James Bond. Um dos planos consistiu, segundo a denúncia, matar Castro com charutos envenenados que lhe foram dados de presente no começo da revoluçao, quando o líder gostava dos puros.

Castro escapou também de morrer no mar, ao ser descoberto um explosivo dentro de um caracol que ia ser colocado numa zona onde acostumava a praticar pesca submarina. Também conta-se em Havana que houve um plano para fazer cair a legendária barba dele, para prejudicar a imagem do dirigente.

Desde 1959, segundo a denúncia, a segurança cubana ``conheceu, investigou, descobriu ou neutralizou indícios críveis, planos concebidos ou minuciosamente elaborados, ou em fase avançada de organizaçao e execuçao ou a ponto de serem executados; inclusive os que nao foram praticados por covardia dos que chegaram a ter seu alvo a poucos metros. Ao todo, foram 637 conspiraçoes contra a vida' de Castro.

A denúncia assegura que o Senado americano ``investigou e comprovou pelo menos oito dessas conspiraçoes, ou apenas 1,25% das que foram organizadas diretamente pela CIA ou induzidas por hostilidade, propaganda, tolerância cúmplice e açoes do governo dos Estados Unidos'.

Cuba revelou publicamente alguns destes fatos. Durante uma visita ao Chile no começo dos anos 70, durante o governo do socialista Salvador Allende, um grupo de mercenários seguiu Castro de perto, para assassiná-lo. Uma arma chegou até a ser escondida numa câmara de televisao, para atingir o líder durante uma entrevista à imprensa.

Mas, segundo o presidente cubano, ``nao se atreveram a disparar porque sabiam que iam morrer também'. O líder cubano é um dos homens do planeta mais bem protegidos. Em sua voltam movem-se várias dezenas de pessoas; o grupo principal é compacto, formado por três impenetráveis anéis de segurança constituídos por homens muito bem preparados fisicamente, equipados com sofisticados aparelhos e treinados para atuar com agilidade para repelir qualquer agressao.

Em abril passado, durante uma viagem pela República Dominicana, desertou um guarda do Ministério do Interior que viajou para ajudar na segurança de Castro. Nessa ocasiao, o líder cubano manteve uma atitude reservada.