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Aumento do tráfico na Europa atinge América Latina
Do Diário do Grande ABC
26/04/2000 | 14:32
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O consumo de drogas na Europa aumentou nos últimos anos, o que estimulou o desenvolvimento das atividades ligadas ao tráfico na América Latina, assegurou nesta quarta-feira, na Costa Rica, o diretor da Polícia Nacional da Colômbia, general José Serrano.

"Antes, o grande consumidor era os Estados Unidos, mas agora há um consumo alto (de cocaína e heroína) na Europa", afirmou o chefe policial, em uma entrevista coletiva à imprensa.

Serrano chegou na noite de terça-feira a San José e nesta quarta-feira oferecerá, na Assembléia Legislativa, uma conferência sobre a experiência colombiana na luta contra o narcotráfico.

O general também se reunirá com o presidente da Costa Rica, Miguel Angel Rodríguez, e com autoridades da Segurança Pública, com o objetivo de criar mecanismos de coordenaçao entre os dois países no combate às drogas.

O policial veterano afirmou que após a queda do Muro de Berlim a máfia russa se envolveu no negócio de distribuiçao de drogas e conseguiu expandi-lo na Europa. ``Isso significou para os países produtores da América Latina um aumento dos cultivos de coca e papoula, principalmente', informou.

Serrano se mostrou preocupado também com o crescente uso dos países da América Central como pontes no tráfico de drogas entre os produtores americanos e os do Sul do continente.

``O narcotráfico afeta tanto o país consumidor quanto o que produz a droga, o que facilita o transporte ou o que permite a lavagem de dinheiro. É um fenômeno de dimensoes internacionais', disse o general.

``Em meu país, o principal problema nao é a guerrilha, nem o seqüestro, nem o delito comum, e sim o narcotráfico, porque se ele nao existisse a guerrilha nao teria nenhum sustento', afirmou Serrano.

O general negou um impacto significativo da atividade dos cartéis da droga na economia da Colômbia, já que a maior parte do dinheiro é desviada para ``paraísos fiscais', entre outros países. ``Fala-se em US$ 600 bilhoes gerados pelo narcotráfico, mas esse dinheiro nao ficou na Colômbia, sobretudo porque temos leis muito rígidas para combater a lavagem', afirmou Serrano.




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