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Rubens Barbosa pede inclusao do Brasil no G8
Por Do Diário do Grande ABC
21/02/2000 | 13:08
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O embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Rubens Barbosa, em carta publicada nesta segunda-feira pelo jornal britânico Financial Times, faz uma ardorosa defesa da inclusao do país no G-8, que é o grupo dos sete países mais industrializados do mundo mais a Rússia. Ao comentar um editorial de 16 de fevereiro, no qual o jornal defendeu um convite à China para ingressar no G-8, Barbosa diz que "certamente, tanto a Rússia como a China sao grandes países e merecem consideraçao" num foro político tao importante. "Mas vocês deixaram, no entanto, de considerar o Brasil, uma das maiores economias emergentes e o país com a quinta maior populaçao do mundo", escreveu Barbosa.

O embaixador ressalta que o PIB do Brasil é quase duas vezes à soma dos PIBs da Rússia e India. Diz também que o país é o terceiro maior recipiente de investimentos estrangeiros diretos e o maior no que se refere a investimentos norte-americanos em países em desenvolvimento, incluindo-se o México. "Com um fluxo comercial com os Estados Unidos maior do que o da Rússia, India ou China, mais de 410 das 500 maiores empresas norte-americanas listadas pela revista Fortune operam no Brasil. Dada a sua economia de mercado, instituiçoes democráticas, tradiçoes e valores culturais ocidentais, bem como seu potencial econômico e sua contribuiçao à segurança e paz mundial, o Brasil é um candidato qualificado para mecanismos de coordenaçao como o G-8."

Barbosa afirma também que o Brasil, além de ser membro-fundador do FMI, Banco Mundial, Gatt e Organizaçao Internacional do Comércio, também foi convidado a se associar ao BIS (Bank for International Settlements) e ao G-20. "Nas áreas nuclear e de segurança, o Brasil tem sido um parceiro confiável e participou de várias missoes da ONU."

O embaixador argumenta que o Brasil nao mantém disputas com nenhum de seus vizinhos e tem um passado marcado pelo total respeito à lei internacional e aos acordos multilaterais. Segundo ele a diversidade cultural, a tolerância religiosa e a "inclusao" na miscigenaçao racial (ele usa o tradicional termo "melting pot") também sao características que deveriam ser consideradas como critérios importantes na avaliaçao das qualificaçoes do Brasil como um "parceiro valioso do G-7".

O embaixador lembra que o presidente Fernando Henrique Cardoso foi convidado para participar do encontro em Florença entre chefes de Estado e deve atender o próximo em Berlim. "Por todas essas razoes, o Brasil é unicamente qualificado como um parceiro internacional e merece consideraçao séria e total na ampliaçao de foros internacionais, como o G-7", concluiu Barbosa.




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