A falta da medicação Sifrol, usada para tratamento da doença de Parkinson, pode piorar sintomas como tremor, rigidez e lentidão nos movimentos dos pacientes. A medicação está em falta há três meses nas prateleiras da Farmácia de Alto Custo no Hospital Mário Covas, em Santo André.

De acordo com Fernando Haikel, neurologista do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa, o remédio é um dos mais eficazes no tratamento da doença. "Ele pode ser usado em qualquer fase da doença e não apresenta efeitos colaterais, como sudorese e náusea. Se o tratamento for interrompido, o paciente pode voltar a tremer e ter rigidez muscular, pela falta da substância que age na região do neurônio que recebe o estímulo nervoso", explicou.

Segundo o especialista, caso o Sifrol seja associado com outra medicação, é preciso aumentar a dose do outro remédio, o que pode provocar novas reações no paciente que está em tratamento.

O problema da falta de remédios na farmácia também afeta pacientes que sofrem com câncer de próstata. O Zoladex, medicamento usado para combater o crescimento do tumor, está em falta há dois meses. O Estado informou que a regularização na entrega dos medicamentos deverá ser realizada até segunda-feira. Sobre o Sifrol, a secretaria informou que o lote foi retirado de circulação por conta de uma reação do alumínio da embalagem com a medicação.

Em novembro, o mesmo problema com o laboratório distribuidor prejudicou o abastecimento e o tratamento de usuários em cidades como Campinas e Americana, no Interior.

Sobre o medicamento Zoladex, usado em tratamentos de câncer de próstata, a secretaria esclareceu que o laboratório atrasou a entrega, mas também prometeu normalizar a situação até a próxima semana.